Câmara de Matosinhos diz que Linha de Leixões reabre a passageiros em Fevereiro

De acordo com a autarquia, “as obras no interior das estações da Linha de Leixões, da responsabilidade da IP, estão já no terreno”.

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Linha ferroviária do Porto de Leixões estava a ser utilizada apenas por comboios de mercadorias NFACTOS / FERNANDO VELUDO / ARQUIVO
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A Câmara de Matosinhos prevê que o serviço de passageiros volte à Linha de Leixões em Fevereiro, após os acessos às estações e apeadeiros estarem prontos em Janeiro, segundo respostas a questões da Lusa.

De acordo com a autarquia, tal como a Lusa já tinha noticiado, "as obras no interior das estações da Linha de Leixões, da responsabilidade da IP [Infra-Estruturas de Portugal], estão já no terreno". "Paralelamente, a CMM [Câmara Municipal de Matosinhos] está também a executar os trabalhos de acessibilidades necessários. Até ao final de Janeiro essas obras deverão estar concluídas", refere a mesma fonte oficial. O prazo inicial previsto para a reabertura apontava para final do ano.

Questionadas pela Lusa, quer fonte oficial da CP - Comboios de Portugal, quer da IP, confirmaram que está previsto o serviço comercial de passageiros reabrir em Fevereiro de 2025, tendo a fonte da IP acrescentado que o prazo foi acordado "em reunião realizada no passado dia 26 de Novembro" com a CP e Câmara de Matosinhos, "por forma a garantir a prestação do serviço de passageiros com os devidos níveis qualidade e em toda a extensão da via e estações".

Em Setembro, a IP iniciou as obras de alteamento de plataformas nas estações de Contumil e São Gemil, no âmbito da reabertura da Linha de Leixões ao tráfego de passageiros, que estava prevista para o final do ano. Numa resposta escrita a um pedido de esclarecimentos da Lusa, a IP disse que os trabalhos iniciais começaram em Agosto, por São Gemil, e mais tarde nos apeadeiros de Arroteia e Hospital São João.

Além dos projectos dos apeadeiros Hospital São João e Arroteia e do alteamento das plataformas em Contumil e São Gemil, será realizada uma beneficiação da iluminação pública existente nas estações de São Mamede de Infesta e Leça do Balio. Em São Gemil, segundo os documentos do projecto, consultados pela Lusa, está prevista a construção de um abrigo-tipo da IP em cada plataforma, com possibilidade de instalação de máquinas de venda automática.

O apeadeiro do Hospital São João, a construir no âmbito da reabertura a passageiros desta linha circular ferroviária do Porto, ficará a 350 metros do hospital e terá dois abrigos e uma paragem de autocarro nas imediações, consultou a Lusa. Já o apeadeiro de Arroteia, nas imediações da Efacec, em Leça do Balio (Matosinhos), ficará situado precisamente na Rua da Arroteia, junto ao Parque C da Efacec e à zona industrial adjacente à Rua D. Frei Gonçalo Pais, mas contará com apenas um abrigo. As paragens previstas para a linha ferroviária circular do Porto, usada actualmente só para mercadorias, são Campanhã, Contumil, São Gemil, Hospital São João, São Mamede de Infesta, Arroteia e Leça do Balio. A linha servirá o pólo universitário da Asprela no apeadeiro do Hospital São João, ou pólos industriais como a Arroteia (próximo à Efacec) ou Leça do Balio (próximo à Lionesa e Unicer).

"O serviço de passageiros caracteriza-se pela implementação de dois comboios por hora e sentido", sendo que "actualmente a IP garante que um dos comboios seja o prolongamento de Ovar e o outro tenha origem/términus no Terminal Minho e Douro da estação de Porto-Campanhã", segundo o protocolo homologado pelo ex-secretário de Estado Adjunto e das Infra-estruturas Frederico Francisco, podendo ambos ser oriundos da Linha do Norte no futuro.

Para já, a reabertura da Linha de Leixões far-se-á apenas até Leça do Balio, ficando a faltar o percurso na sua totalidade até Leixões (Senhor de Matosinhos), ligando ao Metro do Porto, STCP, Unir e metrobus, algo a ser estudado "numa segunda fase". O serviço de passageiros na Linha de Leixões foi interrompido em 2011, após reabertura em 2009 a partir de Ermesinde e sem bilhética Andante. A linha está inserida numa malha urbana de forte crescimento populacional da Área Metropolitana do Porto, abrangendo parte dos concelhos do Porto, Valongo, Maia e Matosinhos.