Já há sucessor para Dries van Noten. Será o belga Julian Klausner a assumir da direcção criativa da casa de moda, depois da reforma do seu fundador neste Verão. “O legado incomparável que Dries está a deixar é monumental, servindo como uma fonte inesgotável de inspiração preciosa. Estou ansioso por embarcar em novos desafios, ao mesmo tempo que honro a herança que todos nós acarinhamos”, declarou o jovem designer à Women’s Wear Daily, que até agora era responsável por desenhar as colecções femininas.
Dries van Noten, de 65 anos, anunciou em Março deste ano que se ia retirar da marca própria e detalhou que estava já à procura de sucessão. E não foi preciso procurar longe. Julian Klausner já estava na casa de moda desde 2018 a trabalhar nas colecções femininas, a que agora acrescenta a linha masculina, bem como os acessórios. Em Janeiro próximo, vai apresentar uma colecção masculina apenas em versão de catálogo, com a estreia na passerelle marcada só para Março, em Paris.
Desde que Van Noten se despediu em Junho, na Semana da Moda de Paris, tem sido a equipa interna a assinar as colecções, tornando-se agora Julian Klausner o rosto da casa de moda. “Agora cabe a outras pessoas utilizar os princípios que defendemos. A cor, os estampados, os bordados, o artesanato, os tecidos para homem. Há muitas pessoas que podem trabalhar nessas coisas e deixá-las crescer para algo mais”, sublinhava então o designer ao Business of Fashion.
Klausner era “essa pessoa”, explica Van Noten em comunicado. “Ele não é apenas um designer talentoso, mas também uma escolha clara para assumir o cargo após a minha partida. O profundo conhecimento da marca e dos seus valores vão garantir uma transição perfeita e um futuro brilhante.” E insiste: “Julian Klausner representa uma ligação natural entre o passado e o futuro.”
De acordo com a página de LinkedIn, Julian Klausner estudou na La Cambre, uma conhecida escola de artes de Bruxelas até 2016. Depois, fez estágios na Thom Browne, na Kenzo e na Maison Margiela, onde esteve até ir para a Dries Van Noten.
Quanto a Dries van Noten, o criador vai manter-se como “conselheiro” da marca, fundada em 1986 e que vendeu em 2018 ao grupo espanhol Puig, que detém etiquetas como Carolina Herrera, Nina Ricci ou Rabanne.
A promoção de designers internos para a liderança criativa das casas de moda não é uma novidade e é uma estratégia comum na sucessão. Foi o caso de Alessandro Michele, que esteve 20 anos na Gucci e assumiu os comandos em 2015 — saiu em 2022 e agora está na Valentino. Ou é ainda também o exemplo de Virginie Viard, que sucedeu a Karl Lagerfeld, em 2019, quase 30 anos depois de ter integrado a equipa de design da Chanel (que continua sem director criativo desde Junho).