Depois de Jorge Jesus e de Abel Ferreira, Artur Jorge faz história no Brasil

Uma semana depois de vencer a Taça Libertadores, o Botafogo sagrou-se campeão brasileiro. Em seis anos, é a terceira vez que um treinador português conquista o Brasileirão.

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Artur Jorge colocou o Botafogo no topo do futebol brasileiro Diego Vara / REUTERS
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Sete meses e 25 dias depois de Criciúma e Juventude darem, no estado de Santa Catarina, o pontapé de saída para o Brasileirão 2024, o título do principal campeonato de futebol do Brasil voltou a ficar nas mãos de um treinador português. Porém, contrariando todos os prognósticos, não foi Abel Ferreira que repetiu um feito que apenas o Santos de Pelé, nos anos 60 do século passado, tinha alcançado: vencer mais do que dois títulos consecutivos. Embora Palmeiras, Flamengo e Atlético Mineiro fossem apontados como os principais candidatos, a última jornada da 69.ª edição do Brasileirão consagrou o Botafogo e Artur Jorge, o terceiro técnico português a ser campeão no Brasil nos últimos seis anos.

Num país onde as rivalidades futebolísticas são muitas vezes levadas ao extremo, o cenário da última jornada da Serie A brasileira não podia ser melhor para o Botafogo. A equipa carioca precisava de apenas um empate para garantir o título e recebia no Rio de Janeiro o São Paulo, um dos principais rivais do Palmeiras de Abel Ferreira, que matematicamente ainda tinha possibilidades de conquistar o tri.

E, sem surpresa, o São Paulo, que qualquer que fosse o resultado não sairia da 6.ª posição, surgiu no bairro do Engenho de Dentro sem muitos dos habituais titulares. Pelo contrário, na Arena Palestra Itália, o Palmeiras tinha um rival que não podia facilitar um milímetro: o Fluminense precisava de um empate para não depender de terceiros na luta pela manutenção.

Assim, no duelo entre treinadores portugueses, foi Artur Jorge que teve uma tarde mais descansada. Apesar de ter garantido a vitória já nos descontos (2-1), o Botafogo nunca pareceu ter o ponto que necessitava em risco. Pelo contrário, o Palmeiras nem sequer conseguiu cumprir a sua parte e foi derrotado em São Paulo (1-0) pelo Fluminense, resultado que garantiu aos cariocas a manutenção.

Feito histórico

O final da partida no “Engenhão” colocou um ponto final numa semana perfeita para a equipa carioca, que arrancou a 30 de Novembro, em Buenos Aires, com a vitória na Taça dos Libertadores, conquista que colocou Artur Jorge num patamar onde apenas estavam Jorge Jesus e Abel Ferreira, os únicos portugueses que tinham vencido a principal competição de clubes da América do Sul.

No entanto, a proeza de Artur Jorge tem ainda mais impacto por ter sido conseguida no comando de um clube que há quase três décadas estava arredado das grandes conquistas. Antes de vencer a Libertadores, o último troféu conquistado pelo Botafogo tinha sido em 1995, quando uma equipa liderada por Paulo Autuori, que no ano seguinte treinou o Benfica, e onde se destacavam Túlio Maravilha e Donizete, garantiu o segundo título de campeão brasileiro para a equipa do Rio de Janeiro.

Com uma temporada muito consistente na estreia no Brasil, depois da desilusão de 2023 para o Botafogo - chegou a ser líder com 12 pontos de vantagem e terminou em 5.º lugar -, Artur Jorge consegue, com a conquista do campeonato pelo “fogão”, reforçar o estatuto dos treinadores portugueses no Brasil. Nos últimos seis anos, quatro títulos do Brasileirão foram conquistados por técnicos lusos: Jorge Jesus (2019), Abel Ferreira (2022 e 2023) e Artur Jorge (2024).

Fulham de Marco Silva trava o Arsenal

Do outro lado do Atlântico, na Premier League houve dois derbies londrinos, onde o grande vencedor foi o Chelsea. No Craven Cottage, o ex-benfiquista Raul Jimenez colocou o Fulham de Marco Silva a vencer o Arsenal logo aos 11’, mas os “gunners”, que dominaram quase toda a partida, conseguiram na segunda parte chegar ao empate, com um golo do central francês William Saliba.

Mais a norte da capital inglesa, houve mais emoção e qualidade. Aos 11’, o Tottenham já vencia o Chelsea, por 2-0, mas os “blues” de Enzo Maresca continuam a mostrar uma consistência pouco habitual nas últimas épocas e, com Pedro Neto a titular – João Félix apenas entrou depois do minuto 90 -, deram a volta com golos de Sancho (17’), Palmer (61’ e 84’) e Enzo Fernandez (73') deu a volta. Já em período de descontos, Son ainda reduziu, mas não evitou que o Chelsea vencesse (4-3) na casa dos “spurs”.

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