A McLaren levou para casa o prémio de consolação da F1

A classificação por equipas não é tão aclamada, mas é, para quem coloca os carros a andar, algo longe de ser desdenhável – daí a pompa com que foi celebrada por mecânicos e engenheiros da McLaren.

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A celebração da McLaren JAKUB PORZYCKI / REUTERS
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Vinte e seis anos depois, a McLaren voltou a ser campeã de Fórmula 1 na classificação por equipas. No Mundial de construtores, a dupla Oscar Piastri e Lando Norris garantiu que foi a formação britânica a mais regular e que melhor trabalhou em equipa – embora isto tenha duas leituras possíveis. Já lá vamos.

É certo que quando começa uma temporada de Fórmula 1 o principal motivo de interesse é saber quem vai ser o piloto campeão do mundo. E é esse duelo que cola milhões ao televisor, num certo culto de personalidade explorado na célebre série da Netflix que trouxe de volta para a modalidade tantos fãs jovens – que tinham desaparecido. Mas há, depois, uma luta paralela a essa.

A classificação por equipas não é tão aclamada, não justifica manchetes e não é por ela que os pilotos se batem com maior afinco. Mas é, para quem coloca os carros a andar, algo longe de ser desdenhável – daí a pompa com que foi celebrada por mecânicos e engenheiros, depois do GP de Abu Dhabi, no qual Norris terminou em primeiro lugar.

A McLaren terminou com 666 pontos, mais 14 do que a Ferrari, cuja boa corrida – Sainz em segundo e Leclerc em terceiro – não foi suficiente para reverter a vantagem que a formação britânica já trazia. Está longe de ser o prémio principal, mas também está longe, bem longe, de ser um prémio irrelevante.

Hakkinen e Coulthard

Este título de construtores até é curioso na medida em que Piastri e Norris – e a chefia da McLaren – chegaram a ser acusados de pouca sagacidade na hora de apostarem no cavalo certo.

“Trocado por miúdos”, isto é como quem diz que não souberam “queimar” um piloto em favor de outro, canalizando pontos decisivos para o Mundial de pilotos, como já muitas vezes fizeram as equipas campeãs – a Red Bull, por exemplo, nunca deixaria Pérez “roubar” pontos a Verstappen.

A McLaren nem sempre fez isso e, no fim, a coisa saiu-lhes bem em certa medida: não quiseram/souberam apostar num só piloto e acabaram a conquistar a classificação de quem privilegia os dois. Faz sentido.

Este título traz de volta a memória da McLaren de Mika Hakkinen e David Couthard, a última dupla a conquistar esta classificação, na altura quando a McLaren ainda era a dos carros cinzentos. Foi em 1998, com muita contribuição do finlandês, que foi campeão do mundo à frente de Michael Schumacher.

Este é o nono título da equipa britânica, depois dos triunfos nas décadas de 70, 80 e 90. Iguala agora a Williams no segundo lugar e fica a sete da Ferrari, que continua a ser a equipa mais titulada.

Boa luta dos Ferraris

Agora, já com monolugares em tons de laranja, a equipa britânica fechou a temporada com uma corrida sólida de Lando Norris em Abu Dhabi, prova na qual já era apenas isto que estava em jogo.

O inglês salvou o título de construtores para a equipa, já que se fosse por Oscar Piastri a coisa poderia ter corrido mal: somou apenas um ponto, depois de Max Verstappen o ter envolvido num incidente e de ele próprio ter colidido mais tarde com Colapinto.

O segundo e terceiro lugares de Carlos Sainz e Charles Leclerc poderiam ter colocado em perigo o título da McLaren, mas Norris, com uma corrida dominadora, garantiu o título dos ingleses.

O monegasco, que foi um dos grandes pilotos do dia (de 19.º para 3.º) falou desse objectivo falhado. "Sabia que tinha de ser muito agressivo e ganhar o maior número de posições no resto da corrida. Conseguimos fazer isso, mas não foi suficiente. Não alcançámos o nosso objectivo, o que é uma pena", lamentou Leclerc, falando pela equipa italiana que acabou por sentir demasiado o peso de três corridas sem pontos.

Deste domingo de fecho da temporada 2024 nota para a despedida cinzenta de Bottas. Terminou a temporada sem qualquer ponto e em Abu Dhabi abandonou na volta 31 depois de um acidente com Magnussen.

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