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Martin Bissig fotografa atletas de bicicleta às costas até ao topo
O fotógrafo suíço de acção e desportos de aventura segue ciclistas montanha acima e capta imagens em ambientes (e momentos) extremos.
Tudo o que os atletas que fotografa fazem, Martin Bissig tem de conseguir fazer também. Pode não subir com uma bicicleta às costas o K2, no Paquistão, ou o Kilimanjaro, na Tanzânia, mas carrega montanha acima todas as baterias e material fotográfico que precisa para quando finalmente chegam ao pico.
O fotógrafo suíço de acção e desportos de aventura transformou a “paixão num emprego” e as imagens que traz de expedições geladas são o sonho molhado de qualquer ex-banqueiro millennial como Bissig.
Começou a fotografar aos 13 anos a fazer os trabalhos que o pai, freelancer, não tinha agenda para aceitar. Trabalhou num banco e estudou Gestão Empresarial. Tentou, percebeu que não o faria feliz, pôde escolher outra coisa.
Há 20 anos, decidiu despedir-se e começar a fotografar profissionalmente. Com imagens publicadas em dezenas de revistas (uma média de quatro a oito páginas por publicação, um luxo), é um dos mais prolíferos fotógrafos de ciclismo de montanha, o seu desporto de eleição.
“Para ser bom em fotografia, é preciso tirar fotografias de coisas de que se gosta”, acredita. No caso dele: picos e bicicletas. Faz fotografia de paisagem com um “elemento extra — um atleta”, costuma dizer. “Quero contar a história numa imagem só, por isso prefiro fotografar em grande plano”, explicou, no Êxodus Aveiro Fest, no último fim-de-semana de Novembro, numa palestra que foi tanto sobre fotografia como sobre mudar de vida para fazer o que realmente se gosta.
Agora, tem uma tenda de aclimatização do organismo à altitude na sala de estar em Unterägeri, na Suíça, onde dorme nas semanas anteriores a uma grande expedição. “Se um atleta desiste durante uma expedição, isso faz parte da narrativa. No entanto, se eu falhar, não há fotografias”, brinca. Descobriu como manter operacionais as baterias que leva para temperaturas negativas (uma mala térmica com bolsas de aquecimento). Apesar dos patrocínios e das publicações em revistas, continua a ter de fazer “trabalhos por dinheiro”, mas já não o prendem à cadeira. Conseguiu o que queria, resplandece: uma vida “cheia de aventuras”.