Ficaram por vindimar no Douro quase 120 hectares de vinha este ano

O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto divulgou “dados preliminares” sobre a área que ficou por vindimar na região demarcada, sem contudo indicar a que quantitativo de uvas corresponderá.

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Paulo Pimenta
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Em comunicado, enviado esta quinta-feira às redacções, o Instituto dos Vinhos do Porto e Douro (IVDP) veio confirmar o que o PÚBLICO avançara há dias. Fruto da crise que a região demarcada do Douro atravessa, com as empresas a comprar menos uvas aos viticultores, os preços lá em baixo e as adegas de muitos produtores cheias de vinho de campanhas anteriores, ficaram por vindimar "237 parcelas", num total de "117,4 hectares de vinha", o equivalente a "0,29 % da área de vinha" com Denominação de Origem Protegida, faz questão de sublinhar o instituto.

Segundo confirma também o IVDP, essa informação foi remetida ao instituto pelas "73 entidades" que voluntariamente "comunicaram os dados solicitados". No seu comunicado, o instituto não fala em quantitativo de uvas. Também não se percebe se as vinhas em causa são vinhas com ou sem benefício.

No final da primeira quinzena de Outubro, e "na sequência de uma proposta do Conselho Interprofissional", o IVDP tinha pedido aos 18 mil viticultores da região que reportassem a quantidade de uva deixada na vinha por falta de destino para essa produção.

"O prazo para a entrega das Declarações de Colheita e Produção terminou no passado dia 2 de Dezembro", recorda no seu comunicado o instituto, que, no que se refere a conclusões, escreve apenas que "os [seus] serviços encontram-se, actualmente, a proceder à inserção e validação dos dados recebidos, através da selecção de parcelas e respectivos controlos com o objectivo de apurar dados definitivos".

Nos últimos dias, o PÚBLICO tinha já questionado o IVDP sobre este assunto, não tendo obtido outro tipo de informação que não fosse precisamente a indicação de estarem a avaliar os dados recolhidos.

"Tendo em consideração a situação da região demarcada do Douro no ano de 2024, caracterizada por um excesso de produção em relação à procura", o instituto, é explicado no comunicado desta quinta-feira, considerou ser "fundamental obter um conhecimento detalhado" da última campanha, com o objectivo de "compreender a dimensão do problema e preparar, no futuro, eventuais formas de apoio aos agricultores".

Citado na mesma nota de imprensa, o seu presidente, Gilberto Igrejas, afirma ter um "compromisso com a permanente monitorização da situação na região demarcada do Douro e a busca de soluções que contribuam para a sustentabilidade do sector vitivinícola”.

A situação tem marcado a campanha dos dois candidatos à direcção da recentemente restaurada Casa do Douro, Rui Paredes e Sérgio Soares. O escrutínio será a 21 de Dezembro. A corrida à casa que voltará a defender o interesse dos viticultores está na recta final.

Notícia actualizada às 15h10. Acrescentou-se o antepenúltimo parágrafo.

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