Cartas ao director
Soldados da paz?
Por muito justas e urgentes que sejam as reivindicações dos grupos socioprofissionais, elas devem sempre respeitar as leis vigentes e o primado da negociação. O que se passou anteontem na concentração dos sapadores não foi nada disso. A concentração (levantamento?) não cumpriu a obrigatoriedade de aviso prévio a quem de direito e desrespeitou completamente os elementos da PSP entretanto chamados ao local. Não é a primeira vez que o fazem. Já o tinham feito nas escadarias do Parlamento. Imaginemos a tragédia que seria se os agentes da PSP tivessem usado a força, o que até estão habilitados a fazer para repor a ordem.
Que sentido tem o comportamento dos manifestantes nada cívico, violento e chantagista no meio de petardos e tochas, enquanto no interior do edifício cercado decorriam negociações entre o Governo e sindicalistas, esses sim, seus lídimos representantes democraticamente eleitos para os representar?
Começa a ser preocupante este tipo de comportamento de desrespeito pelas leis e pelas instituições, alicerces do Estado de direito que queremos continuar a ser. Ainda há poucos dias, foram as tarjas do Chega nas janelas da AR. Ao ver os sapadores a correr no meio da fumarada e dos petardos, lembrei-me da invasão do Capitólio e da Praça dos 3 Poderes. Se ninguém deita água na fervura, não tenhamos ilusões: o caos, a confusão e o desprestígio das instituições não auguram nada de bom para todos nós.
Helder Pancadas, Sobreda
Bombeiros sapadores
As acções que têm vindo a ser tomadas pelos bombeiros sapadores têm todas, alegadamente, a mão orientadora de outras manifestações, que antes estiveram presentes com professores, polícias e não só. E conseguem sempre os seus intuitos. Os reformados e pensionistas não podem ir por esta via, mas, como somos muitos e votamos, os partidos dão uma ajuda para haver aumentos controlados, e um futuro voto. O partido nacionalista, das manifestações, nisto também alinha. E agora os bombeiros estão cada vez mais agressivos, mais ameaçadores, e a não obedecer às autoridades.
Augusto Küttner de Magalhães, Porto<_o3a_p>
Mais um feito do futebol feminino
Mais um feito do futebol feminino português, o apuramento para a fase final do Campeonato da Europa, que se vai realizar na Suíça em 2025, o que acontece pela terceira vez consecutiva. Depois das presenças nas fases finais de 2017, nos Países Baixos, e 2022, em Inglaterra, chegou agora a vez da presença na Suíça. As "Navegadoras", com determinação, crença e um grande sentido de equipa, silenciaram o já gelado AGC Arena, em Teplice, e mostraram o crescimento que o futebol feminino português tem vindo a ter, um percurso que tem sido feito palmo a palmo.
Mário da Silva Jesus, Codivel
App 112
Têm sido notícia os atrasos no atendimento às chamadas de emergência e parece que um dos factores que fazem demorar a gestão das mesmas é a indicação do local da ocorrência. Felizmente não tenho muita experiência directa nestes casos, mas, até numa chamada para a assistência em viagem, sabemos que pode não ser muito imediata e rigorosa a passagem dessa informação, especialmente quando não se está em local urbano. Curiosamente, enquanto se pode estar a perder um tempo precioso a explicar a localização, o Mister Google e outros que tais estão “carecas” de saber rigorosamente onde estamos e mesmo mais…
Seria difícil ter uma aplicação para as comunicações de emergência que directamente passasse a localização? Certo, não funcionaria para chamadas da rede fixa e para quem quisesse manter alguma privacidade. Mas, certamente, para uma grande percentagem de casos seria uma grande ajuda em termos de rapidez e eficácia e precisamente nos momentos em que cada segundo conta.
Carlos J. F. Sampaio, Esposende
O circo do Chega
O Chega montou um verdadeiro circo na Assembleia da República (AR) e, lamentavelmente, José Pedro Aguiar-Branco, o presidente em exercício da AR, não cumpriu o seu papel. O Chega tem de agir democraticamente e, quando o não fizer, tem de ser castigado de acordo com a lei em vigor. Tudo tem um limite e por vezes dá a impressão de que há quem, por puro e simples calculismo político e esquecendo-se de que a democracia e a liberdade não têm preço, tenha medo de enfrentar o comportamento antidemocrático e as mentiras constantes do Chega. É tempo de dizer "basta!".
Manuel Morato Gomes, Senhora da Hora