China quer cursos de “educação para o amor” nas universidades para aumentar a natalidade

A China tem a segunda maior população do mundo (1,4 mil milhões), mas está a envelher rapidamente. As aulas serviriam para incentivar os jovens a casarem e constituírem família.

Foto
China pede para as universidades terem aulas de “educação matrimonial” Florence Lo/Reuters
Ouça este artigo
00:00
02:21

A China está a pedir para as universidades oferecerem uma “educação matrimonial” que destaque pontos de vista positivos sobre o casamento, o amor, a fertilidade e a família, numa tentativa de aumentar a taxa de natalidade do país.

Pequim tem vindo a promover várias medidas para tentar tornar a natalidade mais atractiva para os jovens casais, depois de o país ter registado um segundo ano consecutivo de declínio populacional em 2023.

A China tem a segunda maior população do mundo, com 1,4 mil milhões de habitantes, mas está a envelhecer rapidamente. No futuro, esta situação vai aumentar as exigências em termos de despesas públicas e exercer pressão sobre a economia.

Segundo o jornal Jiangsu Xinhua, que cita uma publicação de um órgão estatal, os estudantes universitários vão ser o maior promotor da natalidade, mas mudaram significativamente as opiniões que têm a respeito do casamento e das relações.

“As faculdades e as universidades devem assumir a responsabilidade de fornecer educação matrimonial e sobre o amor aos universitários, oferecendo cursos de educação para o casamento e para o amor”, refere a publicação. As medidas, acrescentam, ajudariam a criar uma “atmosfera cultural saudável e positiva para o casamento e a maternidade”.

Em Novembro, o Conselho de Estado chinês convocou as autarquias locais para dirigirem recursos no sentido de resolverem o problema do declínio demográfico do país e difundir o respeito pela maternidade e pelos casamentos “na idade certa”, apesar de os demógrafos terem afirmado que é pouco provável que as medidas tenham eco junto dos jovens.

De acordo com a mesma publicação, cerca de 57% dos estudantes universitários que participaram num inquérito sobre o tema afirmaram que não se queriam apaixonar, principalmente porque não sabiam como atribuir tempo para equilibrar a relação entre os estudos e o amor.

Segundo a mesma fonte, dada a falta de uma “educação sistemática e científica sobre o casamento e o amor, os universitários têm uma compreensão vaga das relações afectivas”.

As universidades poderiam focar-se em educar os jovens sobre a população e as condições nacionais, os novos conceitos de casamento e de maternidade. Neste sentido, os estudantes universitários seniores e de pós-graduações poderiam ser ensinados através de “análise de casos, discussão em grupo sobre a manutenção de relações íntimas e a comunicação entre os sexos”.

Os cursos poderiam ajudá-los a “melhorar a capacidade de compreenderem correctamente o casamento e o amor, bem como gerir relações amorosas”.