Produtos de marca própria batem novo máximo e pesam 45,2% das vendas

Vendas de produtos com marca do retalhista, e não do fabricante, subiram 32% no ano passado, chegando ao valor global de 7,9 mil milhões de euros.

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Norte é a região com maior adesão às marcas próprias Paulo Pimenta
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As vendas de produtos com marca própria nas grandes empresas de distribuição alimentar dispararam 32% no ano passado, atingindo um novo máximo de 7,9 mil milhões de euros.

De acordo com os dados revelados nesta terça-feira pelo INE, que divulgou as estatísticas das unidades de comércio de dimensão relevante (UCDR), este valor representou 45,2% das vendas globais em 2023, quando no ano anterior o peso estava nos 39,1%. Esta é, destaca o INE, “a proporção mais elevada desde o início da série”, que se iniciou em 2011. Ao todo, as vendas deste tipo de estabelecimentos atingiram os 17,5 mil milhões, tendo subido 14%.

“Entre 2011 e 2023, as vendas de produtos de marca própria mais do que duplicaram (+128,0%), crescendo mais do dobro do aumento das vendas no retalho alimentar (+59,9% nesse período)”, refere o instituto de estatística.

Os produtos de marca própria ostentam insígnias criadas pelo próprio vendedor, e não pelo fabricante (que pode ou não ter as suas próprias marcas à venda no mesmo estabelecimento), com valores mais baixos do que os produtos com marcas conhecidas.

Segundo as informações disponibilizadas pelo INE, é na região norte que há mais apetência por este tipo de produtos, com um peso de 47,9% do total, chegando aos 2,6 mil milhões de euros em vendas.

Segue-se a península de Setúbal, com 47,3%, mas sem ir além dos 751 milhões em valor. A região da Grande Lisboa está abaixo da média nacional, com 43,8%, correspondente a 1,6 mil milhões de euros. As regiões com menor peso das marcas próprias são os Açores, com 26,4% (77,9 milhões de euros), e a Madeira, com 36,1% (163,9 milhões).

Mulheres com mais empregos na área alimentar

De acordo com o INE, no ano passado existiam em Portugal 3692 estabelecimentos classificados como UCDR, contabilizando também as lojas não alimentares, número que representa uma subida muito ligeira, de 0,7%, face a 2022.

O número de trabalhadores ao serviço nestes estabelecimentos chegou aos 125,7 mil (mais 2,7%) e o volume de negócios foi de 24,7 mil milhões de euros (mais 11,4%). Ao todo, foram registadas 1116,1 milhões de transacções. Destas, 913,9 milhões foram nas unidades de retalho alimentar, com um montante médio de 19,1 euros.

O retalho alimentar é o que emprega mais pessoas, equivalente a 68% do total das UCDR. Destes 85,5 mil trabalhadores, 72,7% estão a tempo inteiro e os restantes a tempo parcial. As mulheres são a maioria, com um peso de 68,5%.

Apesar de corresponderem a apenas 0,4% do número total de empresas do comércio que existem, as UCDR valem 44,3% do volume de negócios (42,8% em 2022) e 31,8% do pessoal ao serviço (31,4% em 2022) “do total das referidas actividades”, refere o INE.

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