Em 2023, 25,7% dos jovens europeus com idades entre os 15 e os 29 anos encontravam-se a estudar e a trabalhar em simultâneo, de acordo com um conjunto de dados do Eurostat divulgado esta semana. Se 71,4% dos jovens permaneceram fora da força de trabalho enquanto frequentavam algum nível de ensino, os restantes 2,9% estavam activamente à procura de emprego.
Em Portugal, a percentagem de trabalhadores-estudantes é significativamente mais baixa, situando-se nos 11,7%, enquanto o valor de jovens estudantes à procura de emprego se encontrava em linha com o valor europeu, nos 2,9%.
Os Países Baixos (74,5%), a Dinamarca (52,6%) e a Áustria (46,2%) registaram as percentagens mais elevadas de trabalhadores-estudantes. Em contrapartida, a Roménia (2,3%), a Eslováquia (5,8%) e a Hungria (6,1%) registaram as percentagens mais baixas entre os países da União Europeia relativamente ao mesmo parâmetro.
Os autores do estudo dividiram os vários países em grupos, de acordo com os valores registados. Portugal encontra-se no Grupo 3, composto por
"países com um nível relativamente elevado de desemprego jovem e uma sobreposição relativamente baixa a moderada entre a educação e a força de trabalho", explicando que "estas diferenças podem ser explicadas por uma série de factores ligados às características nacionais ou às políticas de educação e/ou mercado de trabalho"
Para além das diferenças entre países, o estudo salienta ainda a existência de diferenças entre homens e mulheres. Os homens registaram uma menor participação no ensino em todos os grupos etários e em todas as situações de emprego, sendo que a maior diferença foi registada no grupo dos 25 aos 29 anos, em que 45,4% dos homens não frequentava qualquer nível de ensino, enquanto nas mulheres o valor foi de 47,7%.
No entanto, sublinha o estudo, em todos os grupos etários, os homens estavam mais presentes na força de trabalho, sendo no grupo dos 20 aos 24 anos que esta diferença foi mais pronunciada: 42% das mulheres estão fora da força de trabalho, enquanto nos homens este valor é de 32,8%.
Também mais mulheres do que homens ficaram fora quer do sistema de ensino, quer da força de trabalho, ou seja, não estudam nem têm emprego. As diferenças mais acentuadas registaram-se entre os jovens com idades entre os 25 e os 29 anos, com dez pontos percentuais de diferença: 16,8% nas mulheres e 6,8% nos homens.