Acusado de duas violações, filho da princesa da Noruega sai em liberdade

Enteado do herdeiro aparente do trono da Noruega saiu da prisão e declara-se inocente dos crimes de violação: um que levou à sua detenção e outro que foi descoberto durante a investigação.

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Marius Borg Høiby (atrás, ao centro) não tem compromissos oficiais com a casa real, mas aparece em algumas celebrações Lise Aaserud/NTB Scanpix via REUTERS
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Marius Borg Høiby, o filho mais velho da princesa Mette-Marit da Noruega, saiu em liberdade, nesta quarta-feira, uma semana depois da sua detenção em Oslo, a propósito de uma acusação de violação sem coito.

Feita a investigação do material apreendido e realizados os interrogatórios necessários, concluiu-se que “já não há perigo” de destruição de provas, pelo que não se irá prorrogar a prisão preventiva ordenada por tribunal, indica a publicação norueguesa VG.

Segundo o mesmo jornal, a polícia terá tido motivos para acreditar que Høiby tentou apagar provas digitais, através de uma ferramenta que exclui conteúdo de forma automática em dispositivos de armazenamento digital.

Porém, o advogado do enteado do príncipe Haakon​, Øyvind Bratlien, disse que “o risco de destruição de provas é inexistente”, tornando a prisão do jovem há uma semana “um erro baseado num julgamento de valor catastrófico”. E acrescentou: “As provas contra Høiby ficaram muito enfraquecidas”. No entanto, a investigação continua aberta e “com carácter prioritário”, sendo atribuídos os recursos necessários ao caso, indicou a polícia norueguesa.

Desde a sua detenção, soube-se que a primeira acusação está relacionada com uma mulher que o jovem conheceu em Abril e com a qual teve actividade sexual sem coito sem que ela estivesse em condições de dar consentimento. Não havia qualquer relacionamento entre os dois. A segunda acusação, que surgiu posteriormente, com o alegado crime a ser descoberto durante a investigação, tambémenvolve actividade sexual, não relações sexuais, com uma mulher que era incapaz de resistir ao acto. Ou seja, confirmou a polícia norueguesa, estão a ser investigados dois casos de violação que envolvem Marius Borg Høiby.

De acordo com o código penal norueguês, uma agressão sexual com as características descritas é punida com uma pena máxima de dez anos de prisão.

Há ainda outros crimes a serem investigados, nomeadamente agressões a três ex-namoradas e ameaças à integridade física de um homem, que a defesa de Høiby desvaloriza: “Esperamos uma análise calma e objectiva da polícia daqui para frente. Não podemos ter uma polícia que contribua para o circo”, disse o advogado do filho de Mette-Marit​.

Høiby, que admitiu ter sido violento com a então namorada, em Agosto, altura em que foi detido pela primeira vez, reconhecendo ter problemas com álcool e outras drogas, declara-se inocente nos casos de violação. O jovem declara-se apenas culpado desse incidente de ofensas corporais contra a sua última namorada, de danos no seu apartamento e de uma ameaça.

Entretanto, Haakon já reagiu ao caso. Em declarações à emissora pública NRK, o príncipe herdeiro da Noruega admitiu que a situação está a afectar toda a gente à volta de Høiby. São acusações graves que o Marius está a enfrentar. Hoje, pensamos, naturalmente, em todos os afectados, afirmou, ressalvando que “a polícia e o sistema judicial devem ter espaço para fazer o seu trabalho”.

O jovem de 27 anos é fruto de um relacionamento anterior de Mette-Marit e tinha 4 anos quando a mãe se casou com Haakon, tendo sido criado com os dois irmãos que viriam a nascer, a princesa Ingrid Alexandra, de 20 anos, e o príncipe Sverre Magnus, de 18. Ao contrário dos irmãos, Høiby não tem qualquer papel público oficial, depois de se ter afastado da agenda real há sete anos, o que explicou recentemente com o facto de ter vivido com doenças mentais durante grande parte da sua vida: “Tenho várias perturbações mentais que significam que, ao longo da minha educação e vida adulta, tive, e continuo a ter, desafios. Durante muito tempo, debati-me com o abuso de substâncias, algo para o qual estive em tratamento no passado.”

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