Ruben Amorim foi ao céu, desceu ao inferno mas salvou-se

O Manchester United derrotou o Bodo/Glimt na Liga Europa, na primeira vitória do técnico português como treinador dos “red devils”.

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Ruben Amorim festeja um dos golos do Manchester United frente ao Bodo/Glimt Molly Darlington / REUTERS
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Depois da estreia como treinador principal do Manchester United não ter corrido como esperava (empate a um golo com o Ipswich Town, antepenúltimo da Premier League), o primeiro jogo do treinador português na casa dos “red devils” foi tudo menos tranquilo. Frente ao Bodo/Glimt, que já tinha derrotado o FC Porto e o Sp. Braga esta época na Liga Europa, a equipa de Amorim esteve a ganhar, permitiu a reviravolta no marcador e só resolveu o jogo na segunda parte, vencendo por 3-2.

O técnico português decidiu fazer várias mudanças no “onze” que tinha escolhido contra o Ipswich e deixou no banco de suplentes nomes como Casemiro, Rashford, Christian Eriksen ou Dalot, fazendo com que, contra o quase campeão norueguês, Bruno Fernandes fosse o único português com estatuto de titular.

A grande surpresa no “onze” do Ruben Amorim foi mesmo a titularidade de Malacia, que após sofrer uma grave lesão em 2022/23 voltou a jogar de início no Manchester United, aparecendo no lado esquerdo da habitual defesa a três das equipas de Amorim. Mas o neerlandês de 25 anos esteve longe de ser convincente e foi, por exemplo, completamente ultrapassado por Zinckernagel no lance do segundo golo do Bodo/Glimt.

Antes, contudo, o Manchester United marcou, logo no primeiro minuto da partida, graças a um erro incrível do guarda-redes Haikin, que perdeu o controlo da bola face à pressão de Rasmus Hojlund e permitiu a Garnacho inaugurar o marcador.

Só que depois de estar em vantagem, o Manchester United voltou a mostrar a sua actual fragilidade defensiva e um mau alívio ofereceu ao Bodo/Glimt a possibilidade de contra-atacar e empatar o resultado.

Um golo que afectou a equipa de Manchester, que parecia estar a reviver o que lhe tinha acontecido em casa do Ipswich. E pior ficou, logo a seguir, quando a tal arrancada de Zinckernagel rendeu o segundo golo aos noruegueses.

O “Teatro dos Sonhos” ameaçava tornar-se no palco de um pesadelo para Amorim. Mas aos poucos o United foi empurrando o seu adversário para a sua defesa, com Garnacho a ser decisivo nesta fase. O argentino e Hojlund, o avançado dinamarquês de apenas de apenas 21 anos e que, com um grande pormenor individual, fez o United voltar à vida pouco antes do intervalo, marcando um grande golo e permitindo aos “red devils” regressarem aos balneários com o marcador em igualdade.

A segunda parte começou com Dalot em campo, no lugar do desastrado Malacia, e um United decidido a resolver a partida a seu favor. E depois de Mason Mount ter acertado na barra da baliza do Bodo/Glimt, um bom lance colectivo permitiu a Hojlund bisar no encontro e colocar os “red devils” de novo na frente do marcador, marcando o seu terceiro golo na Liga Europa e o quarto da época.

Seguiu-se uma fase de jogo com várias ocasiões de golo junto de ambas as balizas. O Bodo/Glimt manteve sempre a baliza de Onana na mira e bastava o Manchester United “complicar” para os noruegueses tentarem a sua sorte. Já os “red devils”, desperdiçaram uma mão cheia de oportunidades, que poderiam ter sentenciado a partida.

E com tanto esbanjamento o Manchester United terminou o jogo aflito, a "queimar tempo" e foi com imenso desespero que Ruben Amorim viu o Bodo/Glimt ter um livre perigosíssimo à entrada da área dos ingleses, em cima do minuto 90, com Onana a salvar.

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