Sean “Diddy” Combs vê negada fiança pela terceira vez devido a “potencial manipulação” de testemunhas

O rapper e produtor é acusado de utilizar indevidamente as comunicações da prisão para influenciar testemunhas e de coagir pessoas que lhe são próximas para publicar posts em sua defesa.

Foto
Sean "Diddy" Combs na Met Gala em 2018 EDUARDO MUNOZ/REUTERS
Ouça este artigo
00:00
02:15

Numa audiência esta quarta-feira, o juiz distrital Arun Subramanian, de Nova Iorque, voltou a negar ao rapper e produtor Sean “Diddy” Combs o pedido de fiança de 50 milhões de dólares – que seria garantida pela sua casa de 48 milhões de dólares (44 milhões de euros) em Miami e co-assinada por vários membros da sua família – por “potencial manipulação” de testemunhas.

Os procuradores já haviam acusado Combs de tentar contactar possíveis testemunhas a partir da prisão, com o objectivo de criar “narrativas” para influenciar a opinião pública, bem como potenciais jurados para o seu iminente julgamento por acusações de tráfico sexual e extorsão.

Detido no Centro de Detenção Metropolitana de Brooklyn, Sean “Diddy” Combs declarou-se inocente e negou várias acusações de abusos sexuais em mais de duas dúzias de processos civis, movidos sobretudo por homens, mas também mulheres, alguns menores de idade no período das alegadas agressões.

Na quarta-feira, Arun Subramanian concluiu que o tribunal não podia confiar em Combs se este fosse libertado sob fiança. “O tribunal considera que o governo demonstrou, através de provas claras e convincentes, que nenhuma condição ou combinação de condições garantirá razoavelmente a segurança da comunidade”, escreveu o juiz, acrescentando que “há provas irrefutáveis da propensão de Combs para a violência”.

O rapper e produtor é também acusado de utilizar indevidamente as comunicações da prisão para influenciar testemunhas e de coagir pessoas que lhe são próximas a publicar posts na internet em sua defesa. Os procuradores afirmam, de resto, que Combs pediu aos membros da sua família que levassem a cabo uma campanha nas redes sociais por altura do seu aniversário, a 4 de Novembro, encorajando os filhos a publicar vídeos em que se reuniam para o celebrar.

Os advogados de Combs defendem que o músico deveria ser libertado para “ter tempo de se preparar” para o seu julgamento em 2025, e que a apreensão de 20 páginas na sua cela no início deste mês foi ilegal, alegando que os documentos estavam sujeitos ao privilégio advogado / cliente.

Os procuradores discordaram, referindo que a presumível adulteração de Combs pode ser considerada uma obstrução à justiça. Assinalaram ainda que Combs utilizou a aplicação ContactMeAsap – que permite aos reclusos comunicar com contactos autorizados – para falar com dezenas de pessoas, incluindo nomes que não constavam da sua lista de contactos validados, tendo pago também a outros reclusos para o fazerem.

Sugerir correcção
Comentar