Brasileira é sorteada e vai ter aluguel subsidiado em imóvel da Câmara de Lisboa

Programa Renda Acessível beneficia cidadãos portugueses e imigrantes que estejam legalizados em Portugal. Camila de Carvalho vai pagar menos por uma quitinete (T0) do que no quarto que subloca hoje.

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A brasileira Camila de Carvalho foi sorteada para morar numa quitinete (T0) em Lisboa com aluguel subsidiado DIVULGAÇÃO
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A brasileira Camila Wolff de Carvalho ganhou um presente antecipado de aniversário. Nesta sexta-feira 29 de novembro, ela completará 30 anos, pronta para, finalmente, pegar as chaves do apartamento para o qual foi sorteada no Programa Renda Acessível, da Câmara Municipal de Lisboa.

“Ainda não estou acreditando”, diz ela, que mora em Portugal desde 2019. A carioca, que tem cidadania portuguesa, vai trocar o quarto que subloca, pelo qual paga 300 euros (R$ 1,9 mil) por mês, por uma quitinete (T0, como se diz em território luso) toda reformada, com aluguel de 276 euros (R$ 1,7 mil) mensais. O espaço será só dela. “Estou muito feliz”, comemora. Como ela, vários brasileiros já se beneficiaram do programa.

Camila conta que tudo aconteceu muito rápido. “Foram cerca de dois meses entre a inscrição no programa da Câmara Municipal e o resultado do sorteio”, diz. Foi o pai dela, Jorge Carvalho, 61, quem “descobriu” o Renda Acessível e a convenceu a se inscrever.

“Como sou uma pessoa muito otimista, pensei: vai que dá certo. E deu”, ressalta ele, que está impressionado com a qualidade do imóvel. “Fica no bairro do Campo Pequeno, uma ótima localidade de Lisboa, bem central”, afirma. Camila assinou o contrato de aluguel nesta quarta-feira (27/11) e pegará as chaves na próxima segunda (2 de dezembro). Ela está contando as horas.

Crise habitacional

A ideia de Camila é se mudar para a quitinete no primeiro fim de semana após pegar as chaves do imóvel. Segundo ela, o prédio pertence à Câmara e era usado como escritórios. “Está tudo muito novo e o local é excelente”, destaca. Para ela, é surpreendente ver programas do governo local favorecendo a população, sobretudo neste momento, em que Portugal vive uma grave crise habitacional.

Muitas famílias de renda mais baixa não conseguem mais arcar com os valores dos alugueis e têm pressionado constantemente o governo para resolver a questão. O Renda Acessível acaba sendo uma forma de alívio. Há, inclusive, apartamentos de três quartos com valores acessíveis de arrendamento.

O programa da Câmara é voltado tanto para cidadãos portugueses quando para estrangeiros, desde que regularizados em Portugal, com emprego formal e contribuindo com impostos e para a Segurança Social, com renda familiar máxima anual de 45 mil euros (R$ 280 mil). No caso de uma quitinete, o aluguel mínimo é de 150 euros (R$ 930) e o máximo, de 400 euros (R$ 2,5 mil).

Já nos apartamentos de um quarto (T1), os valores vão de 150 (R$ 930) a 500 euros (R$ 3,1 mil). Nos de dois quartos (T2), de 150 (R$ 930) a 600 euros (R$ 3,8 mil), e, nos de três dormitórios, de 200 (R$ 1,240) a 800 euros (R$ 5 mil). O projeto que resultou no programa é de autoria da vereadora Filipa Roseta (PSD).

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