Montenegro sobre Gouveia e Melo: Governo cumprirá timings da lei e PSD irá apoiar, de preferência, um militante seu a Belém

Primeiro-ministro recusa falar sobre o almirante Gouveia e Melo e notícias de que se terá mostrado indisponível para continuar como CEMA com a intenção de anunciar uma candidatura a Belém em Março.

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Primeiro-ministro Luís Montenegro, lembrou o que está escrito na sua moção de estratégia sobre presidenciais Nuno Ferreira Santos
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Envergando o duplo fato de primeiro-ministro e de presidente do PSD, Luís Montenegro procurou neste domingo tirar os holofotes da eventual candidatura do almirante Gouveia e Melo à Presidência da República. O líder do executivo disse que "o Governo decidirá dentro dos timings previstos na lei" sobre o Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), não especificando se se trata da nomeação de um novo protagonista ou da recondução do actual, Gouveia e Melo.

Apesar das perguntas dos jornalistas à margem da entrega do Prémio Manuel António da Mota, na Alfândega do Porto, Luís Montenegro recusou responder e, logo a seguir a falar sobre o Governo, "vestiu" o fato de presidente do PSD para falar sobre o que o partido fará nas presidenciais de 2026: "Como presidente do PSD estou vinculado a uma moção de estratégia que apresentei ao último congresso e na qual nós preconizamos uma candidatura do nosso espaço político, preferencialmente um militante nosso, e é isso que vamos fazer."

No sábado à noite, a SIC avançou que o almirante Gouveia e Melo decidiu não aceitar a recondução como Chefe do Estado-Maior da Armada e tenciona anunciar, em Março, a sua candidatura à Presidência da República

Gouveia e Melo terá comunicado ao ministro da Defesa, Nuno Melo, a sua indisponibilidade para continuar no cargo, informação revelada pela SIC e pelo Observador. O Observador cita uma fonte conhecedora do processo para noticiar que Gouveia e Melo comunicou “em definitivo” ao ministro da Defesa a sua decisão, e acrescenta que Nuno Melo já terá informado o primeiro-ministro, Luís Montenegro. Confrontado pelo PÚBLICO, o gabinete do primeiro-ministro optou por ficar em silêncio e o do ministro Nuno Melo disse "nada ter a declarar".

Em declarações ao Observador, Gouveia e Melo recusou-se a comentar estas informações, remetendo qualquer esclarecimento ou anúncio para o Governo. “Essa informação, quem [a] poderá confirmar ou não é o Governo. Já foi tratado há algum tempo com o Governo”, afirmou, sublinhando: “Houve quem dissesse que andei a negociar o meu lugar. Não negociei o meu lugar.”

Segundo a SIC, Gouveia e Melo deverá passar à reserva no final de Março e, até lá, continuará a servir no Ministério da Defesa e na Marinha, até que possa formalizar a sua passagem à reserva e anunciar a candidatura.

Fontes da SIC indicam que o almirante deverá trabalhar num gabinete da Marinha e que Gouveia e Melo já terá recebido sinais de apoio de vários autarcas de Norte a Sul do país.

De acordo com várias sondagens, Gouveia e Melo é o candidato mais bem posicionado para suceder a Marcelo Rebelo de Sousa na Presidência da República. Na mais recente sondagem da Aximage, o actual Chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA) foi apontado como o favorito por 21% dos portugueses, superando nomes como Passos Coelho e Luís Marques Mendes (que esteve no último congresso do PSD, em meados de Outubro, em Braga).

Nos últimos meses, a corrida para as eleições presidenciais de 2026 tem vindo a intensificar-se, especialmente à esquerda. Ainda esta quinta-feira António José Seguro, antigo líder do PS, posicionou-se como candidato, depois de Pedro Nuno Santos ter colocado o seu nome entre possíveis socialistas presidenciáveis. O antigo comissário europeu António Vitorino, o governador do Banco de Portugal Mário Centeno, o ex-presidente da Assembleia da República Augusto Santos Silva, e a antiga candidata presidencial Ana Gomes, são putativos candidatos socialistas. Também Luís Marques Mendes, antigo líder do PSD e actual comentado político, disse em Agosto que a sua decisão sobre uma eventual candidatura está "mais próximo do que nunca".

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