Leniete Santana completa 38 anos e é recebida com cantorias na Academia do Johnson. “Trouxeste bolo?”, perguntam-lhe. Não trouxe bolo e faz um esforço para conter as lágrimas com tamanha demonstração de afecto. Chegou pelo futsal, que já praticava no Brasil, não tinha documentos nem planos. Com todas as portas fechadas, foi o desporto que a salvou, reconhece. Nos treinos havia um homem que impunha respeito e a sua presença impressionava-a. “Um dia perguntei quem era e disseram-me que era o Johnson, mas eu não sabia quem ele era. Depois, soube a história.” Foi ficando. Era guarda-redes, agora está a tirar o curso de treinadora e faz voluntariado pela academia nos estabelecimentos prisionais de Tires e do Linhó. Através do futsal, acompanha os reclusos um ano antes da saída em liberdade para os apoiar na reinserção, algo que Johnson não teve.
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