A primeira história do “United by Amorim” não terminou com um final feliz
Na estreia na Premier League, Rúben Amorim não conseguiu vencer: o Manchester United empatou a um golo na deslocação a Ipswich.
Na véspera da estreia na Premier League, Ruben Amorim disse em declarações a uma televisão inglesa que, no primeiro jogo no comando do Manchester United, a qualidade da exibição seria o menos importante: “Primeira vitória, só isso, é o que quero ver escrito amanhã”. Porém, apesar de Marcus Rashford ter colocado os “red devils” a vencer aos 79 segundos, a primeira história do “United by Amorim” não terminou com um final feliz. No Portman Road, ficou bem visível que o treinador português terá muito trabalho em Manchester e, na estreia, Amorim teve de contentar-se com um empate em Ipswich (1-1).
O primeiro “onze” de Amorim como líder dos “red devils” não trouxe surpresa quanto ao modelo táctico, algo que para o técnico é inegociável, mas o 3x4x3 com que o United entrou no Portman Road contou com peças inesperadas. Em relação ao triunfo da equipa de Manchester frente ao Leicester, ainda sob o comando de Ruud van Nistelrooy, Amorim prescindiu de Ugarte e Hojlund - ficaram no banco -, enquanto Lisandro Martinez não foi utilizado por estar lesionado. Para os seus lugares, entraram Evans, Eriksen e Garnacho.
Porém, qualquer que fosse o plano de jogo delineado para a sua estreia na Premier League, certamente que Amorim não contava com uma nuance surgida ao fim de 79 segundos: Diallo, o dono da ala direita, colocou com qualidade na área, onde Rashford surgiu a antecipar-se a Muric, marcando o primeiro golo da era de Amorim no United.
Na primeira oportunidade para qualquer uma das equipas, o jogo mudava. E, a partir daí, o que os “red devils” mostraram foi muito pouco. Motivado pelo triunfo na última jornada, em Londres, frente ao Tottenham, o Ipswich pegou no jogo e fez do rival uma equipa pequenina.
Com uma pressão forte logo junto à área do United, os “tractor boys” impediam com facilidade que o clube de Manchester, claramente sem dinâmicas, conseguisse construir jogadas com princípio, meio e fim. E, com isso, o jogo passou a ser de sentido quase único: a baliza defendida por André Onana.
E o guarda-redes camaronês passou a ser o protagonista da partida. Sem que o United descobrisse soluções para tapar os caminhos da sua área, Onana evitou que Szmodics (11’), Hutchinson (29’) e Delap (40’) – defesa incrível – marcassem, mas ao quarto golpe o camaronês não impediu que o United fosse ao tapete: aos 43’, um remate de fora da área de Hutchinson desviou na cabeça de Mazraoui e traiu o guarda-redes.
De forma justa, o intervalo chegava com tudo empatado no Portman Road e, embora sem substituições, o United regressou dos balneários (ligeiramente) melhor. Com apenas 50 segundos, Garnacho esteve perto de marcar, e, apesar de pouco depois o segundo round do duelo entre Delap e Onana voltar a ser favorável ao guarda-redes, a equipa de Amorim passou a ter mais bola do que o rival, que recuou as suas linhas.
Todavia, apesar de ter jogado quase sempre no meio-campo do Ipswich, o United mostrou sempre ser uma equipa sem dinâmicas e ideias, nunca conseguindo traduzir o maior domínio em oportunidades de golo.
Ao contrário do que tinha acontecido no Sp. Braga e no Sporting, onde se estreou com uma vitória, em Manchester o primeiro capítulo de Amorim terminou com um empate e, certamente, muitas saudades de Hjulmand, Pedro Gonçalves, Trincão, Gyökeres e companhia.