Universidade da Amazônia testa “sangue de dragão” em feridas do diabetes

Estudos da Universidade do Acre são realizados em parceria com empresa de Rafael Diniz, que saiu de São Paulo há três anos para analisar a cadeia de extração sustentável de plantas medicinais.

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O empresário Rafael Diniz desenvolve projeto com a Universidade do Acre com a planta sangue de dragão Carlos Vasconcelos
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Um tratamento mais efetivo e natural de problemas decorrentes do diabetes, como feridas que não cicatrizam, pode estar na Amazônia. Foi essa esperança, com base em estudos que estão sendo realizados na Universidade Federal do Acre, que levou, há três anos, o empresário Rafael Diniz, 40 anos, natural de São Paulo, a se mudar para Rio Branco, no coração da floresta.

O objetivo era analisar a cadeia de extração sustentável de plantas medicinais da região, especialmente, a denominada “sangue de dragão”, que ele acredita ser um tesouro para a saúde.

Para dar impulso aos estudos acadêmicos, Rafael, que passou por Lisboa há uma semana, e três sócios criaram a empresa Encantos da Floresta, que desenvolveu um produto extraído da árvore, cujo nome científico é Croton Lechleri, para o tratamento de várias doenças, entre as quais, o diabetes. A partir dos princípios ativos da planta, pode-se conter ferimentos resistentes provocados pelo diabetes.

A espécie Croton Lechleri fornece a seiva de dragão. A árvore é semelhante a uma seringueira, mas seu líquido tem coloração vermelha, daí o nome que recebeu. “Resolvi sair da cidade grande para a floresta, com o propósito de desenvolver a fórmula da cadeia de extração sustentável da seiva de dragão”, afirma Diniz.

Formado em administração e diretor de inovação e projetos da Encanto da Floresta, o empresário afirma que, desde 2019, trabalha com produtos nativos da Amazônia, com suporte do projeto Inova Amazônia, do Servido Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Interesse europeu

Segundo ele, duas grandes empresas, uma do setor farmacêutico, outra, de cosméticos, ambas da Europa, já mostraram interesse pela descoberta e começaram as tratativas para se incorporarem ao projeto. A tarefa dos estudiosos, atualmente, é obter as certificações necessárias para concluir as negociações e ganhar o mundo.

No Brasil, garante Diniz, já foi formalizado o registro da fórmula junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para que, em breve, o produto possa ser receitado. A expectativa é grande, frisa.

O empresário ressalta que, em experiências realizadas até agora, no tratamento com diabéticos, em quatro meses, foi possível "reverter feridas que não cicatrizavam havia cinco anos, inclusive com risco de amputação de um membro inferior de uma pessoa”. Ele destaca, ainda, que a seiva da sangue de dragão, planta endêmica da região Amazônica, serve também para o tratamento de distúrbios do estômago. "Essa árvore é uma potência", diz.

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