Pedro Nuno aponta “manipulação” sobre alunos sem professor desde Setembro

Líder socialista garante que há um ano o número correspondente de alunos era de cerca de 2000. E prefere preocupar-se com os 41 mil que estão actualmente sem aulas a alguma disciplina.

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Depois de Alexandra Leitão ter falado no Parlamento, Pedro Nuno decidiu fazer um vídeo a criticar o Governo nas redes sociais MIGUEL PEREIRA DA SILVA / LUSA
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É uma arma de arremesso desde o arranque das aulas, foi a discussão paralela no primeiro dia do debate do Orçamento do Estado na especialidade, e promete não ficar por aqui: o líder do PS insiste na acusação de que o Governo está a manipular os dados sobre o real número de alunos sem professor a uma disciplina desde o início do ano lectivo. E afirma que actualmente "há 41 mil alunos que não têm professor ou não têm aulas a uma disciplina".

Se durante o dia de sexta-feira as despesas do ataque dos socialistas ficaram a cargo de alguns deputados e da líder parlamentar Alexandra Leitão, o secretário-geral Pedro Nuno Santos sentiu necessidade de vir vincar o assunto para que não se perdesse na corrente de notícias sobre o orçamento, num dia em que o PS não viu qualquer proposta de alteração sua aprovada - é, neste momento, o único partido nessa situação.

"O Governo e o Ministério da Educação prometeram, no início desta legislatura, que iriam conseguir reduzir em 90% o número de alunos sem professor a pelo menos uma disciplina", lembra Pedro Nuno Santos no pequeno vídeo de menos de dois minutos publicado nas suas rede socais. "Ao dia de hoje sabemos que o Governo não conseguiu, nem conseguirá, concretizar esse objectivo. E, portanto, usa, como já fez noutros temas, a manipulação dos números e dos dados para tentar, de alguma forma, mascarar o insucesso da sua política." A ideia da manipulação

"Usa o número de 2300 alunos que não tiveram professor a pelo menos uma disciplina desde o início do ano lectivo. Esse número compara com 2000 no ano passado. Não há, portanto, nenhuma redução", defende o secretário-geral socialista. Que acrescenta: "Verdadeiramente importante são os 41 mil que não têm professor ou não tem aulas a uma disciplina neste momento - mesmo que no início do ano lectivo tenham tido professor a todas a disciplinas, hoje não têm." Ou seja, são alunos que não têm aulas porque o professor está de baixa médica mais ou menos prolongada, ou a gozar licença de maternidade ou de paternidade.

"Esse sim é o motivo de grande preocupação para todos nós e devia ser um motivo de grande preocupação para o Governo", acusando-o de "manipular números" em vez de se concentrar a resolver o problema que "afecta dezenas de milhares de famílias".

Recorde-se que na sexta-feira Governo e oposição envolveram-se numa intensa troca de argumentos sobre o número de alunos sem professores neste momento. O PÚBLICO pediu ao ministério de Fernando Alexandre os dados desagregados sobre o número de alunos sem aulas no ano passado, no período homólogo ao que foi apresentado na análise feita nesta sexta-feira para este ano, mas não teve resposta até este momento.

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