Albuquerque pede à oposição para votar orçamento da Madeira, mas garante não ter medo de eleições
Já se sabe que o Governo madeirense vai cair com a moção de censura a 17 de Dezembro, mas poderá também não conseguir aprovar o orçamento uma semana antes disso.
O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, apelou neste sábado aos partidos da oposição para aprovarem o orçamento regional de 2025, mas afirmou que é o único líder partidário "sem medo" de ir a eleições. "Neste momento, é tempo dos partidos serem responsáveis e aprovarem o orçamento [regional] que serve a região e manter a região não deitando governos abaixo", afirmou o líder madeirense aos jornalistas à margem da visita a um complexo habitacional composto por 35 fogos no concelho de Machico.
O social-democrata Miguel Albuquerque salientou que "não tem problema nenhum" a Madeira ir novamente a votos. "Porque a única pessoa que não tem problemas com eleições sou eu, neste momento, na Madeira. Todos os partidos que querem deitar o Governo abaixo têm medo de eleições. Eu sou o único que não tenho e estou preparado para elas quando vierem", reforçou.
O líder insular sustentou que a proposta orçamental para 2025 "é um bom orçamento" e "serve a toda a gente", censurando a postura e "chalupice política" dos partidos que já anunciaram o voto contra na votação, que pode ditar o chumbo do documento.
Para Miguel Albuquerque, os partidos da oposição vivem "num mundo paralelo" e ironizou que "andam a jogar à bisca com valetes, mas quem tem o às de trunfo é o povo". "Até os próprios partidos que vão votar contra dizem que o orçamento é bom", mencionou.
O Governo da Madeira (PSD) entregou na sexta-feira, no Parlamento regional, as propostas de orçamento para 2025, no valor de 2611 milhões de euros, e do Plano de Investimentos, orçamentado em 1112 milhões de euros, considerando que são os valores "mais elevados de sempre".
As propostas de orçamento e plano têm discussão agendada no Parlamento madeirense entre os dias 9 e 12 de Dezembro, estando previsto apenas para 17 de Dezembro o debate da moção de censura apresentada pelo grupo parlamentar do Chega ao Governo Regional, liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque.
No final de Janeiro, na sequência de uma investigação judicial relacionada com indícios de corrupção, o presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido mas só se demitiu do cargo dias depois, na sequência da retirada de confiança dos partidos que o apoiavam e da pressão para a sua resignação.
Para resolver a crise política foram realizadas eleições regionais antecipadas a 26 de Maio, ficando a Assembleia Legislativa Regional constituída por 19 deputados do PSD, 11 do PS, nove do JPP, quatro do Chega, dois do CDS-PP, um da IL e um do PAN. O único acordo parlamentar do PSD foi com o CDS-PP, insuficiente, ainda assim, para a maioria absoluta.