Exército de Israel está a analisar alegação de morte de refém em Gaza

Hamas declarou que mulher teria morrido no Norte da Faixa de Gaza, zona sujeita a uma intensa operação militar israelita.

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Familiares de reféns tentam uma nova forma de protesto, silencioso, sem palavras de ordem, e não violento, com as participantes vestidas de branco ABIR SULTAN / EPA
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O braço armado do movimento palestiniano Hamas afirmou este sábado que uma refém israelita tinha morrido no Norte de Gaza – mas o Exército de Israel afirmou que não podia confirmar ou desmentir a alegação.

Já aconteceu, noutras ocasiões, que grupos palestinianos tivessem anunciado mortes de reféns afinal vivos, como quando a Jihad Islâmica que declarou que Hanna Katzir tinha morrido, quando, afinal, ela foi uma das pessoas libertadas numa troca de prisioneiros no único acordo para uma trégua e libertações de israelitas em Gaza e palestinianos em prisões israelitas. Está agora a cumprir-se um ano sobre esse acordo.

O porta-voz das Brigadas Ezzedine al-Qassam, Abu Obeida, afirmou que a refém tinha sido morta numa zona de operações do Exército israelita, no Norte da Faixa de Gaza. Esta parte do território está a ser sujeita a uma intensa operação militar de Israel desde o início de Outubro.

O Exército israelita disse estar a analisar “imagens alegadamente mostrando uma refém morta”. Falou de “guerra psicológica do Hamas” e apelou a que não se propagassem rumores, segundo o site Ynet, do diário Yediot Ahronot.

No ataque de 7 de Outubro, o Hamas, e outros grupos palestinianos, levaram 251 pessoas para a Faixa de Gaza, das quais cerca de cem estão ainda no território, entre elas 34 que já morreram. Acredita-se que dez mulheres, cinco delas militares, estarão ainda vivas, detidas pelo Hamas ou outros grupos no território.

Nova forma de protesto

Uma das reféns libertadas contou, mais tarde, como foi sujeita a tortura e ataque sexual quando estava na Faixa de Gaza. Amit Soussana, até agora a única mulher a relatar este tipo de ataques publicamente, disse que queria chamar a atenção para as condições em que estarão os reféns face à dificuldade em chegar a um acordo para a sua libertação.

Familiares de homens e mulheres ainda raptados em Gaza têm protestado durante meses com cartazes e palavras de ordem, e têm falado aos media, no Parlamento, criticando o Governo por não estar a fazer o suficiente para chegar a um acordo que permita o regresso dos reféns.

Um grupo decidiu entretanto uma abordagem nova: bloquear ruas de acesso a instituições sem nada de muito vistoso ou quaisquer palavras de ordem. Mas a imagem de centenas de mulheres vestidas de branco, em silêncio, a bloquear uma rua há duas semanas era impressionante, relata o diário Haaretz.

“Já não temos palavras”, disse Niva Wenkert, mãe do refém Omer. “Estamos em silêncio mas não desistimos”, declarou. Houve, sim, uma mudança de estratégia para uma resistência não violenta à imagem da luta de Ghandi na Índia.

A pressão e apoio público a um acordo para libertação dos reféns são muito altos, mas, ainda assim, o Governo de Benjamin Netanyahu tem resistido, mantendo exigências que o Hamas não aceita.

Até hoje houve resgates de apenas oito reféns vivos pelo Exército (e no caso de um deles, pensa-se que foi encontrado por acaso), enquanto três reféns que tinham conseguido libertar-se foram mortos por soldados israelitas, que os tomaram por uma ameaça, e seis reféns foram encontrados mortos num túnel (os captores terão percebido a aproximação de militares israelitas do local em que estavam e mataram os reféns antes de fugir).

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