Há muito que deixara de trabalhar, mas continuava a programar o despertador todos os dias para as 6h30. Nas semanas imediatamente a seguir à reforma, ainda tentou quebrar o ritual, mas depressa percebeu que a missão seria bem mais difícil do que havia inicialmente pensado. O corpo já não estava feito para a cama e, se permanecesse mais de sete horas na horizontal, as costas vinham rapidamente passar-lhe a factura. Ainda experimentou mudar de colchão. A neta recomendou-lhe uma marca famosa que tinha conhecido através de uma influencer da Internet e ele foi atrás da conversa. Mais lhe valia ter estado quieto. O mal, percebeu depois, não estava nas molas, mas na vida.
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