Sítio mais caro do mundo para fazer compras é a Via Monte Napoleone em Milão

O metro quadrado na rua italiana custa 20 mil euros, de acordo com o relatório anual. Lisboa ocupa a 30.ª posição da lista com o Chiado.

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As rendas na Via Monte Napoleone subiram na pandemia de covid-10 e não voltaram a descer REUTERS/Yara Nardi
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A Via Monte Napoleone em Milão acaba de se consagrar como o sítio mais caro do mundo para fazer compras. Gucci, Dior, Fendi, Valentino, Prada ou Versace. A lista de lojas de luxo é infindável na pequena rua na capital financeira de Itália, onde a renda custa 20 mil euros por metro quadrado, revela o novo estudo Main Streets Across the World (Principais ruas à volta do mundo, em português) divulgado nesta sexta-feira. Portugal fica em 30.º lugar com o Chiado.

É a primeira vez que uma cidade europeia ocupa o primeiro lugar do pódio do estudo realizado há 34 anos pelo grupo de imobiliário Cushman & Wakefield. Depois de um reinado longo da Quinta Avenida em Nova Iorque, a rua de Milão conseguiu ascender ao topo graças a motivos financeiros. “Reflecte o forte crescimento das rendas na rua italiana, superior a 30% nos últimos dois anos, reforçado este ano pela valorização do euro face ao dólar americano”, detalha o relatório.

Durante este ano, o valor do metro quadrado na Via Monte Napoleone, que fica a dois passos da catedral de Milão, subiu para 20 mil euros — neste ano, o conglomerado de luxo Kering comprou um dos edifícios da rua para a Gucci. Já, na Quinta Avenida, que se mantém no segundo lugar do ranking, o metro quadrado chega aos 19.537 euros. A fechar, a New Bond Street, em Londres, ultrapassa os 17 mil euros por metro quadrado.

Os conhecidos Campos Elísios, em Paris, ficam apenas em quinto lugar (mais de 12 mil euros/m2), atrás de Tsim Sha Tsui em Hong Kong, na China, onde o metro quadrado ultrapassa os 15 mil euros. Quanto a Portugal, o relatório destaca o Chiado (e não a Avenida da Liberdade, como seria expectável pelas marcas nela representadas) e as rendas ficam nos 1620 euros/m2.

O que é especialmente peculiar na Via Monte Napoleone, em comparação com outros destinos de luxo, é a dimensão da artéria. São apenas 350 metros de comprimento, mas que condensam os maiores nomes da moda. A Loro Piana está lado a lado com a Tod, a Bottega Veneta e a Versace. Do lado oposto, a Gucci e a Prada partilham vizinhança. Todas apresentam nos desfiles da Semana da Moda de Milão.

“Os preços são excepcionalmente elevados, não só devido ao seu prestígio, mas também devido à falta de oferta”, destaca Diletta Giorgolo, responsável pelo segmento residencial da Sotheby’s em Itália ao The Guardian. “Sem disponibilidade para arrendamento ou compra, sempre que um imóvel fica disponível, o seu preço dispara para níveis incalculáveis”, reforça, lembrando que os preços do imobiliário subiram na pandemia e ainda não voltaram a descer.

Apesar do elevado preço das rendas, não se sabe se Milão é o destino turístico onde os visitantes mais dinheiro gastaram, até porque a cidade italiana fica aquém em número de visitas quando comparada com outros destinos de luxo. Em 2023, Paris registou 50 milhões de turistas, 60 milhões em Nova Iorque, 16 milhões em Londres e apenas 8,5 milhões em Milão. Por comparação, Lisboa recebeu oito milhões de visitas, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Resta saber o crescimento em Milão se manterá no próximo ano quando está anunciada uma crise no segmento da moda de luxo. O maior conglomerado de luxo do mundo, a LVMH, já registou um decréscimo de 3% das vendas do último trimestre, enquanto a Kering vive dificuldades assumidas por culpa da Gucci. Os resultados da marca-estrela caíram 25% entre Julho e Setembro.

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