Número de pessoas a comprar online subiu 70% desde a pandemia
A proporção de mulheres que utilizam a Internet, de 88,6%, é, segundo o INE, e “pela primeira vez, muito próxima da verificada para os homens”, com 88,4%.
Este ano, 48,9% das pessoas dos 16 aos 74 anos fizeram encomendas pela Internet nos três meses anteriores à entrevista feita pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o que representa uma subida de 5 pontos percentuais (p.p.) face a 2023, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo instituto.
Em 2019, este indicador estava nos 28,2%, tendo registado um crescimento acelerado com a pandemia de covid-19 que eclodiu em 2020, subindo 73,4% até este ano. Em 2021, estava já nos 40,4%, tendo depois desacelerado nos dois anos seguintes, apesar de manter sempre a tendência de crescimento.
O inquérito à utilização de tecnologias da informação e da comunicação nas famílias, realizado pelo INE, mostra que há uma diferença nas compras online por regiões, com Lisboa a liderar a tabela, com 58,7%, seguindo-se a península de Setúbal, com 55,9%. No extremo oposto estão a Madeira e os Açores, com 38,4% e 43,1%, respectivamente.
No resumo do inquérito, o INE refere que “90,6% dos agregados domésticos em Portugal têm acesso à Internet em casa e 87% têm uma ligação por banda larga”. Há 49,7% com ligações móveis e 84,6% com ligações fixas.
Este ano, “88,5% da população residente dos 16 aos 74 anos utilizou a Internet nos três meses anteriores à entrevista (mais 2,7 p.p. do que no ano anterior)”. Este valor é superior em 2,7 p.p. face a 2023. Em 2019, a percentagem era de 75,3%, abaixo da média europeia, de 85,9%.
De acordo com o INE, a proporção de homens e de mulheres que utilizam a Internet está cada vez mais próxima, com 88,4% no primeiro caso e com 88,6% no segundo. “Praticamente todos os jovens dos 16 aos 24 anos e todas as pessoas que se encontram a estudar utilizam a Internet”, refere o INE.
Comunicar e obter informações “continua a ser a principal actividade realizada pelos utilizadores da Internet”. De acordo com o inquérito, 93,3% trocaram mensagens instantâneas, 86,7% usaram o email, “87,9% pesquisaram informação sobre produtos ou serviços, 84,2% telefonaram ou fizeram chamadas de vídeo, 82,1% leram notícias e 79,6% participaram em redes sociais”.
Os equipamentos de entretenimento mais utilizados são o televisor (72,2%) e as consolas de jogos (26%). Há, no entanto, diferenças na experiência televisiva. O INE refere que “88,7% das famílias têm acesso a TV por subscrição” e outros 23,7% têm acesso à Televisão Digital Terrestre (TDT).
A televisão por subscrição “é mais frequente entre as famílias com crianças (95,2%) e nas famílias com maiores recursos (93,9%)”, enquanto a TDT “predomina nas famílias sem crianças (25,4%) e nas famílias com menores recursos (31,3%)”.
Os dados do INE mostram que ainda há pouco hábito de reciclar lixo electrónico, sendo essa a opção para 11% dos inquiridos no caso dos telemóveis, para 10,5% no caso dos portáteis ou tablets e para 11,9% nos PC.
Mais de metade dos utilizadores de Internet (53,7%) referiram que têm em conta “aspectos relacionados com o impacto ambiental durante a compra de novos equipamentos informáticos”. No entanto, o preço (86,7%), e, depois, as “características do disco rígido ou do processador do equipamento (74,7%)” são os factores que mais influenciam o acto de compra.