Livro de Ruy Filho traz reflexão sobre a dramaturgia contemporânea brasileira

Publicação da plataforma Antro Positivo, Pensamento Sobre: DRAMATURGIA convoca seis autores brasileiros para escrever sobre dramaturgia no futuro. Lançamento em Lisboa será em 26 de novembro.

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Ruy Filho selecionou dramaturgos que se destacam no teatro contemporâneo brasileiro Pat Cividanes
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A plataforma de arte Antro Positivo lança, no próximo dia 26, na Livraria Travessa, em Lisboa, a edição de Pensamento Sobre: DRAMATURGIA, reunindo nomes da cena teatral brasileira contemporânea. Com 13 anos de atuação no ambiente digital, essa é a primeira publicação impressa da Antro Positivo, que nasceu como uma revista digital sobre artes cênicas e pensamento contemporâneo e, com o decorrer dos anos, tornou-se uma plataforma de arte, criação de conteúdos, projetos, entre outras atividades.

Segundo o autor, Ruy Filho, foram escolhidos seis dramaturgos que, a partir de uma provocação, sobre como será a dramaturgia no futuro, escreveram um ensaio sobre o tema. São cinco dramaturgos independentes e Giordano Castro, que integra o grupo pernambucano Magiluth. “A partir do desafio que foi lançado, cada um fez uma reflexão a partir de sua dramaturgia. A partir desses textos, fui elencando uma série de outros pensadores, filósofos, antropólogos, sociólogos, cientistas cognitivos. Cada um me deu uma resposta diferente e, para cada um, dou uma resposta diferente sobre o trabalho deles”, diz.

A seleção se deu naturalmente, acrescenta Ruy Filho, porque são dramaturgos que ele gosta, referências dentro de festivais brasileiros. “São dramaturgos que, nos últimos 10 anos, me chamaram muito a atenção pela potência da escrita, do que eles conseguem fazer de diferente com a linguagem do teatro e pelo nível de influência que eu sinto que eles já estabelecem para as gerações seguintes”, explica.

Diversidade nos palcos

Os dramaturgos são diferentes entre si e Ruy Filho explica um pouco como é o trabalho de cada um. “O Alexandre Dal Farra tem um texto muito político. A Leonarda Glück é trans, assim como a Gaya de Medeiros, mas a Gaya tem uma linguagem que vai para a performance, para a dança e para a dramaturgia documental. A Leonarda vai discutir todo o universo trans por uma cena queer, filosófica, mais irônica e provocativa. A Dione Carlos é, talvez, a dramaturga negra mais importante hoje no Brasil. É uma mulher especial quando escreve. Aborda a questão racial de uma forma muito profunda e inesperada”, detalha.

E complementa: “A Silvia Gomes tem uma linguagem muito mais poética, aberta e sutil. Dentro de todas essas discussões do feminismo contemporâneo, os trabalhos, normalmente, esbarram na questão dos perigos da mulher na sociedade ou nas condições que são dadas às mulheres, mas sempre de uma forma muito original, quase surrealista. E o Magiluth é um grupo de meninos, cheio de energia, que confronta a masculinidade e provoca o patriarcado, mostrando no palco alguma coisa que pode ser insurgente e mais revolucionária”.

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Giordano Castro, ao fundo em pé à esquerda é o responsável por muitas dramaturgias do grupo Magiluth. Pedro Escobar

Como o primeiro livro da Antro Positivo, Ruy Filho afirma que quis começar com esses dramaturgos, porque eles são hoje a ponta de lança do que é bom no teatro brasileiro. Antes do lançamento em Portugal, o livro será apresentado no Brasil, em 23 de novembro, na livraria Megafauna, no icônico edifício Copan, em São Paulo, a partir das 17h.

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