“A minha missão é dar resposta a problemas e é isso que estou a fazer”, diz ministra da Saúde
Luís Marques Mendes considerou que Ana Paula Martins “corre o risco de ser uma ministra a prazo”. Esta segunda-feira, a governante respondeu que “trabalha para servir os portugueses”
“Considero-me uma ministra que todos os dias se levanta e trabalha para servir os portugueses, e será assim enquanto eu aqui estiver.” Foi assim que Ana Paula Martins respondeu esta segunda-feira aos jornalistas, quando questionada sobre as críticas de Luís Marques Mendes, que afirmou ontem que a responsável pela Saúde pode estar “a prazo”.
O comentador político e possível candidato dos sociais-democratas à presidência da República considerou, no seu espaço de comentário na SIC, que a crise no INEM é o “primeiro problema sério de desgaste do Governo” e que a ministra da Saúde “corre o risco de ser uma ministra a prazo”.
Se os inquéritos abertos pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) e pelo Ministério Público concluírem que existiu um nexo de causalidade entre a greve do INEM e as, pelo menos, 11 mortes, então Ana Paula Martins “não tem alternativa” e terá de se demitir, defendeu Luís Marques Mendes.
Na manhã desta segunda-feira, a ministra da Saúde foi questionada pelos jornalistas sobre se considera que está a prazo. “Considero-me uma ministra que todos os dias se levanta e trabalha para servir os portugueses, e será assim enquanto eu aqui estiver. A minha missão é dar resposta a problemas e é isso que estou a fazer”, respondeu.
Mais tarde, ainda em declarações aos jornalistas, a ministra chegou a dizer que essa é a sua "missão" e "função, enquanto o primeiro-ministro assim o entender".
A governante confirmou ainda que o concurso para selecção do presidente do conselho directivo do INEM só foi aberto agora pela Comissão de Recrutamento e Selecção para a Administração Pública (Cresap) e que o actual presidente, Sérgio Janeiro, deverá ser candidato.
Ana Paula Martins garantiu estar a “fazer tudo aquilo” que lhe “compete para conseguir a curtíssimo prazo dar as respostas que são necessárias para devolver ao INEM capacidade de resposta e capacidade assistencial”.
Lembrando que, com a chegada do inverno, o número de pessoas que se dirigem às urgências aumenta, a responsável pela tutela argumentou que é preciso um “INEM que dê resposta”.
A ministra considera, aliás, que a “própria dificuldade que temos na gestão de urgências, tem sobrecarregado muito o INEM”.
Por isso mesmo, sustentou que o “INEM está a fazer muita coisa que não é a sua função” e garantiu que está a trabalhar “há uns meses” na revisão da “organização da própria urgência”.
Questionada sobre a eventual privatização do INEM, Ana Paula Martins escusou-se a responder.