Cartas ao director
O complexo da ministra
Um ministro tem que ser um agregador que tanto sabe lidar com o mais humilde dos funcionários como com os mais qualificados, que por vezes têm conhecimentos que ultrapassam em muito os seus conhecimentos técnicos. Mas parece que a senhora ministra da Saúde não quer no ministério ninguém que saiba mais do que ela. Quem tem esse complexo, e é investido em funções de chefia, é só uma questão de tempo até tropeçar.
Quintino Silva, Paredes de Coura
Uniões de freguesias: um mau negócio
Quando fizemos o debate público para as uniões de freguesias, já tínhamos noção das consequências que esta medida vinha trazer às populações, mas, à medida que o tempo passa, a constatação é mais que evidente – as freguesias ficaram mais pobres, com menos meios ao dispor, inclusive humanos, porque tudo é dividido por (dois ou três) conforme os casos.
Esta medida, tirada da cartola – não sei por quem, veio trazer menos independência, menos recursos financeiros, menor estrutura directiva e, consequentemente, atraso na necessária resposta, inclusive de construção de infra-estruturas e equipamentos públicos. Temos que admitir que este modelo instituído veio reduzir os meios que poderiam estar ao serviço das populações, mas, com esta gestão municipal, não é possível.
Este assunto, que por momento é novidade, terá mais desenvoltura a curto e médio prazo, porque tenho absoluta certeza que não estarei sozinho neste tema a nível nacional. Penso ter chegado o momento de se trazer este assunto das uniões de freguesias para a luz do dia, de modo a lembrar os que ainda dormem que os direitos adquiridos estão previstos na lei geral e será tempo de fazer voltar algumas das freguesias ao ponto de partida.
José Ribeiro, Vale da Amoreira
SNS a caminho de privatização
Será que a actual equipa da Saúde, do topo à base, com a evidente e notória defesa do chefe do Governo, vai privatizar todo o Serviço Nacional de Saúde (SNS)? O ano de 2025 será decisivo para tentarem, dado que já mostraram as ideias que têm e o passado que tiveram.
Evidentemente que temos o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, um genuíno social-democrata, que não é o que defende o partido que tem "esse nome", que encostou totalmente às direitas, que não vai permitir. E também o PS, que deixa passar o Orçamento do Estado para 2025, mas não vai dar rota livre ao actual Governo minoritário de direita.
O resto da esquerda é sempre algo estranho, dado querer tudo, tudo público, logo não resulta. É evidente que se não houvesse o actual Presidente da República, o PS e pouco mais, lá seria tudo "tipo América ", ou tem seguro, ou tem dinheiro, ou não tem saúde. Por certo, nos próximos tempos, não conseguirão, pelos travões atrás referidos. Depois se verá... Ainda estamos em democracia.
Augusto Küttner, Porto
Futebol, SAD e imobiliário
Paulo Curado (PÚBLICO, 17 de Novembro) está de parabéns pela excelente peça jornalística que ajuda a vislumbrar as tentativas de compra de posições maioritárias nas sociedades anónimas desportivas portuguesas.
As autoridades portuguesas têm meios para investigar a compra e venda de passes de jogadores de clubes nacionais. O que é de lamentar é o perdão dado pela banca a avultadas dívidas de clubes portugueses. Os autores desse perdão de dívida não são investigados? Afinal, quem paga é o 'Zé Povinho'.
No entanto, a fotografia do estádio do Varzim Sport Club destoa da peça jornalística, tendo em conta que o clube continua dos sócios. Para já, nenhum fundo glutão tem as portas abertas do centenário. Espero que o clube resista a essa tentação. É que quem não tem dinheiro, não tem vícios. De resto, a localização do estádio varzinista está na mira de fundos imobiliários.
Ademar Costa, Póvoa de Varzim