Novo cônsul quer em Portugal experiência da Palestina: estar onde brasileiros estão

Para o embaixador Alessandro Candeas, estar presente nos locais frequentados por brasileiros é uma das formas de criar proximidade. Comunicação também inclui aplicativo de mensagens para serviços.

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Alessandro Candeas, novo cônsul-geral em Lisboa, quer participar da vida dos brasileiros mais de perto Vicente Nunes
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O novo cônsul-geral do Brasil em Lisboa, embaixador Alessandro Candeas, quer trazer para a capital portuguesa uma experiência que deu certo no seu último posto. Quando era embaixador do Brasil em Ramallah, na Palestina, costumava se deslocar para encontros e festas da comunidade.

Ele relata alguns dos momentos de convívio. “Na última Copa do Mundo, assisti ao jogo do Brasil contra a Suíça em Rafah, na Faixa de Gaza. Estava lá sem seguranças. Eram dezenas de pessoas torcendo pelo Brasil, com bandeiras, vestindo a camisa, festejando”, conta, em entrevista ao PÚBLICO Brasil.

Outra iniciativa que tomou na Palestina e que pretende repetir em Portugal é criação de uma rede de contatos por aplicativo de mensagens, para poder se comunicar com todos os brasileiros sob sua responsabilidade.

“Pretendo estabelecer alguns mecanismos de informação direta do Consulado. Então, uma ou duas vezes por semana, jogar pílulas de informação”, propõe Candeas, que assumiu o posto no começo de novembro.

Rede de contatos

O novo cônsul atribui à rede de contatos montada na Palestina o sucesso da sua tarefa mais difícil naquele posto. “No dia 7 de outubro do ano passado, quando começou a guerra entre Israel e o Hamas, pedi para o meu setor consular para falar com todo mundo. Eles ligaram para todas as famílias e ficamos com a relação de quem queria ser repatriado para o Brasil”, lembra.

Com a lista feita, foi possível reunir quem seria levado para o Brasil no sul da Faixa de Gaza, para esperar pela oportunidade de serem retirados da zona de conflito. "Essa proximidade com a comunidade foi muito importante naquele momento", frisa

A utilização das redes de aplicativos de mensagens foi facilitada pela forma como se organizavam os brasileiros na região. “A estrutura social lá é muito concentrada em famílias, em localidades. Então, se você falar com os líderes, alcança todo mundo”, relata. Em Portugal, com organização social diferente, pode ser mais difícil de reproduzir o sistema de comunicação com a comunidade brasileira.

Canal no YouTube

A aposta na comunicação também vai incluir um canal no YouTube. "Nossa comunicação será muito fácil de assimilar, com linguagem bem acessível, simples, nada burocrática. Serão vídeos gravados por pessoas da comunidade brasileira ou por funcionários do consulado explicando o que fazer”, explica. Entre os temas que pretende que sejam apresentados estão direitos humanos, violência contra a mulher, empreendedorismo.

Candeas dá como exemplos de vídeos para colocar no Youtube situações de violência contra mulheres. “Nessa situação de agressão, vamos mostrar o que é preciso fazer, a quem recorrer, como se proteger, quais são seus direitos”, detalha.

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