Rússia lança “ataque maciço” ao sistema eléctrico ucraniano. Polónia mobiliza caças
É um dos maiores ataques aéreos russos desde o início da guerra e está a afectar o sistema eléctrico. Forças polacas mobilizaram “todas as forças” para se protegerem dos ataques ao oeste da Ucrânia.
A Ucrânia foi alvo nas últimas horas do maior ataque aéreo por parte da Rússia desde Agosto e uma das maiores investidas desde a invasão em grande escala em 2022. Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia, afirma que as forças russas lançaram cerca de 120 mísseis e 90 drones, principalmente dirigidos à zona oeste do país, e que quase 150 dessas armas foram interceptadas pelo sistema de defesa aéreo ucraniano.
Os ataques já provocaram pelo menos sete mortos, mas é possível que o número ainda venha a aumentar. Duas mulheres morreram e seis pessoas ficaram feridas, entre elas duas crianças, em Mykolaiv, adiantaram os serviços de emergência ucranianos. Outros dois homens morreram e três pessoas ficaram feridas na região de Dnipropetrovsk enquanto trabalhavam num troço ferroviário. Duas pessoas morreram em Odessa e uma mulher morreu em Lviv.
O Ministério da Defesa da Rússia confirmou o ataque. De acordo com uma nota, citada pela agência Efe, foram atingidos aeródromos militares, bem como instalações de produção de gás e energia utilizadas para o funcionamento de empresas do complexo militar e industrial ucraniano. Além disso, as forças russas atacaram uma instalação de armazenamento de veículos aéreos não tripulados, bem como concentrações de tropas ucranianas em 144 pontos do país inimigo, referiu o comunicado.
A investida aérea russa — que segundo Vitaliy Kim, governador de Mykolaiv, aconteceu "em várias ondas" durante a madrugada — provocou "estragos significativos" nas instalações da DTEK, a maior empresa privada de energia eléctrica da Ucrânia. German Galushchenko, ministro da Energia, já confirmou a existência de vários cortes de energia preventivos em três zonas do país: Kiev, Donetsk e Dnipropetrovsk.
Segundo os relatos que Galushchenko colocou no Telegram, está em curso um “ataque maciço ao sistema eléctrico” e as forças russas estão a “atacar as instalações de produção e transmissão de electricidade em toda a Ucrânia”. As autoridades locais e os meios de comunicação ucranianos relataram numerosas explosões em todo o país, em especial no sul, em Zaporijjia, Odessa e Mykolaiv, bem como em Cherniguiv (norte).
Várias pessoas refugiaram-se em abrigos subterrâneos depois de se terem ouvido explosões em Kiev, a capital da Ucrânia. O topo de um prédio está a arder desde a madrugada por ter sido atingido por destroços do armamento aéreo russo interceptado pela defesa ucraniana. Duas pessoas ficaram feridas por causa da queda dos destroços.
Um deputado ucraniano, Oleksiy Goncharenko, notou nas redes sociais que, desta vez, os mísseis russos atingiram um dos territórios mais distantes da Ucrânia. E deixou um recado a Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria e próximo do Kremlin: "Normalmente isso acontece muito raramente, porque há montanhas e é a região mais remota da Ucrânia a partir da Rússia. Mas é muito perto da Hungria. Orbán não quer dizer nada a Putin?"
O exército polaco anunciou este domingo, 17 de Novembro, que mobilizou caças e “todas as forças e recursos disponíveis” para proteger território polaco durante o “ataque maciço” de mísseis e drones russos contra a Ucrânia.
“Devido a um ataque maciço da Federação Russa, que está a realizar ataques com mísseis de cruzeiro, mísseis balísticos e drones contra instalações localizadas, entre outros locais, no oeste da Ucrânia, começaram as operações de aeronaves polacas e aliadas no nosso espaço aéreo”, escreveu o comando central polaco na rede social X. Estas medidas “destinam-se a garantir a segurança nos sectores adjacentes às zonas ameaçadas”, acrescentou.
Com Lusa