A consagração de Jannik Sinner diante dos seus fiéis
Domínio do italiano de 23 anos em Turim ficou traduzido no número de jogos concedidos nos cinco encontros: 33, um novo recorde do evento.
Um ano depois de ter sido derrotado, na mesma Inalpi Arena, na final com Novak Djokovic, Jannik Sinner é um jogador diferente, mais maduro e sem pontos fracos. Esse final de época, em que derrotou Djokovic na fase de grupos e, dias mais tarde, na Taça Davis, serviu de rampa de lançamento para um 2024 memorável: logo em Janeiro conquistou o primeiro major (Austrália), repetiu o feito em Setembro (US Open), pelo meio chegou ao topo do ranking mundial e encerrou com o triunfo nas ATP Finals, o oitavo título da época. No derradeiro encontro em Turim, neste domingo, Sinner repetiu a vitória de terça-feira sobre Taylor Fritz e com os mesmos parciais: 6-4, 6-4.
Nas contas finais da época no ATP Tour, Sinner venceu 70 encontros – o que não acontecia no circuito ATP desde 2016, com Andy Murray – e perdeu seis, mas até nessas derrotas ganhou pelo menos um set. Como ironizou Casper Ruud, duramente castigado por Sinner nas meias-finais, “ele esqueceu-se de como perder”.
“Foi um evento muito especial, muito importante para mim, pois sabia o ano que tive. Quisemos prepará-lo da melhor forma, chegámos uma semana antes, para entender a velocidade do court e o que funcionava melhor nestas condições. Joguei muito bom ténis ao longo da semana, houve alturas em que não pude mesmo jogar melhor. Foi uma semana muito positiva e partilhar este momento com tantos fãs italianos e com a minha equipa é muito especial”, resumiu Sinner, o primeiro tenista desde Ivan Lendl, em 1986, a vencer as ATP Finals sem ceder um set. O domínio do italiano de 23 anos em Turim ficou traduzido no número de jogos concedidos nos cinco encontros: 33, um novo recorde do evento.
O desfecho da final começou a desenhar-se no longo sétimo jogo, quando Sinner aproveitou a quarta oportunidade para fazer o break, concretizado com um amortie. O italiano fechou o set com o 10.º ás, mas só depois de anular o único break-point que enfrentou em todo o encontro. No segundo set, o break surgiu mais cedo, no quinto jogo, e Sinner manteve a mesma intensidade, para gáudio dos milhares de adeptos italianos que testemunharam a conquista do 17.º título da carreira do ídolo - e o primeiro em Itália.
E como as ATP Finals vão continuar a disputar-se em courts italianos até 2030, Sinner deverá ter mais oportunidades de somar mais títulos diante dos compatriotas. Para já, vai para Málaga ajudar a Itália a defender o título na Taça Davis, onde poderá voltar a defrontar Fritz, que garante a subida ao quarto lugar do ranking, um novo máximo para o tenista de 27 anos.
A final das ATP Finals assinalou igualmente a despedida do brasileiro Carlos Bernardes como árbitro de cadeira do ATP Tour.