Se há um bom isco para começar qualquer conversa de viajante é este: "Há dois tipos de pessoas no mundo: _____, _____". Resulta sempre, vamos lá experimentar: Há dois tipos de pessoas no mundo, as que já assistiram ao espectáculo das auroras boreais e as que querem assistir... Certo, caro Ruben Martins? Ora quem melhor do que o próprio jornalista viajante, que esta semana nos convida a segui-lo pela Noruega, a seduzir-nos a lê-lo?:

  • Não há países perfeitos, mas há sítios que estão mais perto de atingir uma perfeição que provavelmente nunca se alcança. A Noruega é um desses destinos em que é difícil encontrar o que criticar. Sim, falta-lhes o sol, o calor do sul, o toque humano, mas há uma sensação de conforto num povo que, genuinamente, quer ajudar quem os visita. É fácil sentirmo-nos em casa quando entramos dentro de um qualquer edifício e está calor, com uma iluminação em tons quentes a fazer lembrar a sala lá de casa. A distância faz parecer que estamos numa enorme bolha onde a guerra ou as outras crises que assolam a Europa não preocupam: aqui só o rigor dos invernos agita os dias. Quando cai a noite, as auroras boreais dançam no horizonte num espectáculo difícil de descrever. A natureza tem coisas fantásticas, mas este fenómeno é de outro mundo e a sua imprevisibilidade torna tudo mais bonito. Viajar para ver auroras é fazer um turismo de paciência que pode facilmente se esgotar em dias de pior meteorologia. Quando aparecem fica a certeza: vivemos num mundo fantástico.

Que melhor pode ser uma viagem do que uma que nos deixa com a ideia, sobre a qual por vezes temos tantas dúvidas, de que "vivemos num mundo fantástico"? Uma viagem feliz para o Ruben Martins por Bodo, a primeira Capital Europeia da Cultura acima do Círculo Polar Árctico, para nós, e também para Carlos Cipriano, que nos põe na linha e nos leva de comboio pela Noruega, e para o Diogo Ferreira Nunes, que nos convida para um banquete em Bodo. É seguir as luzes do Norte!

 
           
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Mas, claro, como já sabemos, há dois tipos de pessoas no mundo: as que dão mais para Norte, as que dão mais para Sul. Se estiver neste último grupo, acredite que não faltam ideias mais a Sul por aqui.

Isto vai-se a ver e somos todos uma rosa-dos-ventos.

Um bom fim-de-semana e boas viagens.