Porsche Macan, agora 100% eléctrico, chega à procura de um cliente mais jovem

O novo Macan eléctrico é um passo lógico da Porsche no caminho da descarbonização. Um SUV onde tudo é fácil, sobretudo andar depressa. Os preços, ainda sem versão de entrada, começam nos 87 mil euros.

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No ano passado, a União Europeia decretou que os Macan a combustão deixariam de poder ser vendidos, por não respeitarem os regulamentos de cibersegurança Gustavo Figueiredo Photography
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São quatro variantes, mas ainda não chegaram todas. Quatro novos Macan de segunda geração, agora 100% eléctricos, que prometem continuar a representar uma fatia importante das vendas da Porsche, nomeadamente em Portugal.

A marca alemã tem por hábito não revelar números, mas, na apresentação à imprensa que decorreu na semana passada entre Cascais e a Comporta, Nuno Sousa, director de marketing da Porsche Portugal, disse que já foram entregues 213 unidades do Macan 4 e do Macan Turbo —​ a versão de entrada, denominada apenas de Macan, e o Macan 4S e chegam em Fevereiro —, sendo que espera entregar mais 200 automóveis até ao final do ano. Estas mais de quatro centenas de unidades significam que 45% dos Macan vendidos na Península Ibérica ficam em Portugal, sublinha Nuno Sousa, sinal que reforça o crescimento da marca que, este ano, vendeu por cá mais 37% em relação ao ano passado — com o Taycan no topo da lista.

Vamos, portanto, ver “muitos” Porsches Macan a circular pelas estradas portuguesas. E são carros bonitos de se ver. Têm novas cores que apelam a um público mais jovem —​ cerca de 60% dos clientes Macan são novos clientes da marca. Não será por acaso que a superestrela pop Dua Lipa foi convidada para ser a realizadora e o rosto publicitário do modelo.

Este é “o primeiro Porsche que se torna eléctrico a partir de uma identidade de produto já estabelecida”, disse em Janeiro Michael Mauer, responsável pelo design da Porsche, no comunicado de apresentação dos novos modelos.

E assim é: este Macan continua a ser um SUV de estilo coupé relativamente grande (apenas ligeiramente mais curto que o Cayenne), com quase cinco metros de comprimento e dois de largura, e mantém as linhas desportivas da geração anterior. Por dentro, há muito espaço e a atenção ao detalhe dos acabamentos chega ao nível do pesponto.

Todos os bancos são muito confortáveis, à frente e atrás há espaço de sobra. A bagageira também é generosa (até 540 litros) e, sob o capot, o “frunk” —​ palavra em inglês que resulta da combinação de “​front” (frente) e “​trunk” (porta-bagagens) tem agora 136 litros de capacidade.

E há muita tecnologia, também. O Porsche Driver Experience é um novo conceito que mistura elementos digitais e analógicos, diz a marca. É um carro que tem botões para controlo das funções mais importantes, como o da ventilação, bem como um relógio que só tem o ponteiro analógico dos segundos. Depois, dois ecrãs, um de 12,6 polegadas na consola central, e um outro, com 10,9 polegadas, para o passageiro, que serve para apresentação de estatísticas de condução, como ponto de controlo multimédia e jogos. A visibilidade deste ecrã pelo condutor é totalmente nula. O sistema de som da Bose está ao nível do resto, e anula sem dificuldade algum ruído aerodinâmico a velocidades maiores —​ particularmente dos espelhos.

Andar depressa é coisa que se faz sem dificuldade num Porsche. O novo Macan 4, com pico de potência nos 408cv (300 kW), e a versão Turbo, com 639cv (470 kW), permitem acelerações dos 0-100 em 5,2 e 3,3 segundos, respectivamente. Ambos têm dois motores, um por eixo, e consequente tracção integral, e o mesmo acontece com o Macan 4S, que chega em Fevereiro; o Macan de entrada, que estará disponível no mesmo mês, tem apenas um motor no eixo traseiro.

O chassi, a electrónica e a suspensão pneumática —​ que é de série na versão Turbo —​ asseguram conforto e segurança, nomeadamente no controlo em curva e na travagem, que é poderosíssima. O tamanho e o peso notam-se na condução, mas nem por isso perde a dinâmica. As ultrapassagens são fáceis de fazer e as curvas resolvem-se serenamente.

A lista de opcionais é extensa, pode ser consultada no site oficial da marca Gustavo Figueiredo Photography
A segunda geração do Macan mantém as linhas do modelo a combustão Gustavo Figueiredo Photography
A operação de charme da Porsche levou os jornalistas até Dunas Terras da Comporta Gustavo Figueiredo Photography
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A lista de opcionais é extensa, pode ser consultada no site oficial da marca Gustavo Figueiredo Photography

A bateria de 100 kWh (95 kWh úteis) representará boa parte dos cerca de 2300 kg de peso do Macan 4. A autonomia eléctrica combinada anunciada anda entre os 500 e os 600 quilómetros, com a autonomia em cidade a chegar quase aos 780 km. Como sempre, os valores em estrada variam de acordo com a pressão do pé no acelerador. No nosso teste, de cerca 300 quilómetros, fizemos consumos em torno dos 24 kWh, o que exige ponderação em viagens maiores — e sentimos na pele a frustração que é conduzir um Turbo sem passar dos 100 km/h para conseguir chegar ao destino.

Os preços em Portugal começam nos 86.793 euros para o Macan 4 e nos 118.846 euros para o Macan Turbo. Haverá um pacote “off road”, mas a Porsche não adiantou quando vai estar disponível. O Macan e o Macan 4S chegam no próximo ano com preços ​a partir de 83.671 euros e 94.038 euros, respectivamente.

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