A Moda da tosquia a seis vozes, da Beira Baixa para o Porto pela mão das CRUA

O colectivo portuense CRUA, constituído por seis mulheres urbanas que “criam e compõem entre a música de transmissão oral e o Adufe”, está de volta às canções no território que lhes é familiar e fértil: o cancioneiro tradicional ibérico. Depois de terem dado voz a temas como Mãe dos trabalhos, Canção da vindima ou Barciademera (um tradicional da Galiza), lançam Moda da tosquia, a antecipar um álbum do grupo. “Inspirado por uma recolha tradicional do Fundão, onde se ouve um homem a cantar enquanto realiza a tosquia, acompanhado apenas pelo som irregular das tesouras, o tema foi trabalhado ao longo de uma série de ensaios onde a banda procurou compreender e traduzir a essência do registo”, explica-se no texto que acompanha o lançamento. “O grupo procurou habitar o corpo e a perspectiva do tosquiador, num exercício de empatia e descoberta pessoal.” O resultado, dizem, “é um tema que habita a natureza tangível e intangível, entre o mundano e o etéreo, o terreno e o quase sagrado”.

No videoclipe de Moda da tosquia, realizado por Tiago Pereira e Abel Andrade, participam todas as componentes do colectivo CRUA, em deambulações pelo Porto: Ana Beiradomar (voz), Bárbara Trabulo (voz e pandeiro quadrado de Peñaparda), Diana Ferreira Martins (voz e adufe), Isabel Martinez (voz), Liliana Abreu (voz e bombo) e Rita Só (voz e adufe).