Fred Martins e Marcos Suzano satirizam em samba uma notícia falsa sobre Chico Buarque

Lançado em Outubro nas plataformas digitais pela Biscoito Fino, o álbum Barbarizando Geral tem mais um single e videoclipe. Desta vez, o disco que juntou dois grandes músicos brasileiros, o cantor e compositor brasileiro Fred Martins e um dos maiores percussionistas do Brasil, Marcos Suzano, tem para oferecer a ironia de Ahmed, envolvendo num samba-de-breque uma sátira à falsa notícia que chegou a circular no Brasil e fora dele garantindo que Chico Buarque não era o verdadeiro autor das suas canções, comprando-as a um sujeito chamado Ahmed.

A letra, de Roberto Bozzetti, com música de Fred Martins e a participação especial do histórico grupo MPB-4 (que manteve uma parceria com Chico Buarque durante cerca de uma década, nos anos 1960-70), começa assim, glosando trechos de canções de Chico ou Caetano Veloso: “Moro na filosofia/ Só quero é ser reconhecido por vocês/ Chega de Chico Buarque/ Meu nome é Ahmed/ Chegou a minha vez// Olá, eu sou o Ahmed / Meu caro amigo resolvi me apresentar/ Cansei do anonimato/ Pois saiu barato/ Todo esse tempo sem poder cumprimentar / Sequer um fã/ A cada vez que eu o ouvia alguém passar/ Assoviando a minha melodia/ Vendida a preço vil/ pra quadrilha mafiosa da canção popular.” E vai por aí, até final.

O álbum, no geral, mantém idêntico espírito, segundo Fred Martins: “Tem muito de crónica social em forma de samba. Aborda problemas como a desigualdade social, o autoritarismo financeirizado e a destruição absoluta do meio ambiente. Barbarizando nasce da inquietude em relação à eclosão e aumento do discurso ultraconservador, fascista mesmo, que naturaliza e semeia o ódio e a violência. O disco comenta uma série de situações que acontecem dentro desse quadro desolador, mas também reafirma a única saída possível, que é o que a vida nos pede: uma relação amorosa consigo mesmo e com o mundo.”

Além de composições de Fred Martins (letra e música), o disco tem parcerias com nomes como Roberto Bozzetti, Manoel Gomes, André Sampaio e Marcelo Diniz. Quanto aos arranjos, são todos de Fred, exceptuando O rancho da seita suicida, com arranjo de sopros da excelente violonista Elodie Bouny. A produção musical do disco é de Fred Martins e Marcos Suzano, com produção executiva de Nei Barbosa. O primeiro single com videoclipe a ser divulgado foi Além do qualquer. Já a rodar no Brasil, este disco deverá estrear-se ao vivo em Portugal em 2025.