Elie Saab leva Céline Dion, Jennifer Lopez e Halle Berry à passerelle em noite de aniversário

O criador celebrou 45 anos de carreira com um grandioso desfile em Riade, na Arábia Saudita, que contou supermodelos como Adriana Lima ou Sara Sampaio.

Canadian singer Celine Dion and Lebanese fashion designer Elie Saab are seen on the catwalk during the "The 1001 Season of Elie Saab" fashion show finale, celebrating the fashion designer's 45-year fashion career, as part of Riyadh Season in Riyadh, Saudi Arabia, November 13, 2024. REUTERS/Hamad I Mohammed
Fotogaleria
Céline Dion e Elie Saab no desfile em Riade nesta quarta-feira Hamad I Mohammed/Reuters
Actor and singer Jennifer Lopez performs during the 'The 1001 Season of ELIE SAAB' fashion show celebrating the fashion designer Saab's 45-year fashion career, as part of Riyadh Season in Riyadh, Saudi Arabia, November 13, 2024. REUTERS/Hamad I Mohammed
Fotogaleria
Jennifer Lopez no desfile de Elie Saab em Riade Hamad I Mohammed/Reuters
A model displays the latest collection of Lebanese fashion designer, Elie Saab, during the "The 1001 Seasons of Elie Saab" fashion show celebrating the fashion designer's 45-year fashion career, as part of Riyadh Season in Riyadh, Saudi Arabia, November 13, 2024. REUTERS/Hamad I Mohammed
Fotogaleria
Desfile de Elie Saab em Riade Hamad I Mohammed/Reuters
Lebanese singer, Nancy Ajram performs during the "The 1001 Season of Elie Saab" fashion show celebrating the fashion designer's 45-year fashion career, as part of Riyadh Season in Riyadh, Saudi Arabia, November 13, 2024. REUTERS/Hamad I Mohammed
Fotogaleria
A cantora libanesa Nancy Ajram no desfile de Elie Saab em Riade Hamad I Mohammed/Reuters
Ouça este artigo
00:00
04:39

Exclusivo Gostaria de Ouvir? Assine já

Foi a noite das “1001 estações” (e 101 estrelas) de Elie Saab. O criador libanês celebrou os 45 anos de carreira num desfile repleto de celebridades em Riade, na Arábia Saudita. A dar música à passerelle inundada de brilho, convidou, nem mais, nem menos, do que Céline Dion e Jennifer Lopez. A abrir o desfile, a actriz Halle Berry desfilou com o icónico vestido que usou nos Óscares em 2002.

Todavia, mais de 20 anos depois, foi a primeira vez que a actriz conheceu Elie Saab, o designer conhecido pelos glamorosos vestidos de noite repletos de pedraria. Depois de Berry abrir o desfile, Jennifer Lopez, a usar um maiô de brilhos, desceu até à passerelle a cantar o êxito I Will Survive de Gloria Gaynor, seguido de Waiting for Tonight e das suas próprias canções On the floor e Let’s get loud.

No entretanto, as modelos começaram a pisar a passerelle nos mais de 300 coordenados desenhados em exclusivo para este evento, detalha a revista Vogue Arabia. Entre os nomes sonantes a desfilar na celebração de Elie Saab estiveram as supermodelos Isabeli Fontana, Candice Swanepoel, Adriana Lima e a portuguesa Sara Sampaio.

Depois de JLo, foi hora de dar palco aos vestidos florais por que também é conhecido Saab, ao som de Camilla Cabello, que cantou uma versão de Havana, em que substituiu a capital cubana por Saudia. Entre as performances musicais, estiveram também a cantora libanesa Nancy Ajram e o egípcio Amr Diab que colocaram as modelos a dançar aos ritmos do Médio Oriente.

Foto
Halle Berry Hamad I Mohammed/Reuters
Foto
Desfile de Elie Saab em Riade Hamad I Mohammed

Para o final, estava reservada a maior estrela da noite: Céline Dion. Foi apenas a segunda vez em que a artista canadiana voltou a cantar, desde o apoteótico regresso nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Com um vestido dourado de lantejoulas com uma capa, entrou na passerelle para interpretar I’m alive e The power of love.

A voz da artista, que tem lutado contra a síndrome da pessoa rígida, emocionou a plateia que aplaudiu de pé, enquanto a passerelle se enchia de uma série de vestidos metalizados a brilhar sobre os holofotes. Entretanto, o homem da noite, Elie Saab, entrou para colher os aplausos pelos 45 anos de carreira.

Foto
Céline Dion Hamad I Mohammed/Reuters

Embaixador do Líbano

Aos 60 anos, Elie Saab tem feito por trazer o seu país, o Líbano, para a esfera mediática e, apesar do actual conflito com Israel e da instabilidade política, continua a ter o atelier da marca em Beirute. Célebre pela postura discreta e por dar poucas entrevistas, o criador defende a sua nação com unhas e dentas, culpando os problemas com que o país se debate à corrupção e elogiando a resiliência do povo. “Odeio a forma como as pessoas olham para nós, com pena. O Líbano é mais forte do que essa pena. A força está no seu povo. Onde quer que haja um libanês no mundo, ele destaca-se”, declarou em 2021 à Vogue Arabia.

Em 2020, uma explosão destruiu a sede da empresa no Líbano e feriu parte dos 200 funcionários, incluindo o filho do criador, Elie Saab Jr — desde o início deste ano o CEO da etiqueta. “Vi o meu filho coberto de sangue, não podia acreditar. Disse-lhe que ele estava ferido, mas que estava tudo bem, eram apenas cortes na cabeça e nos braços. Mas foram 15 minutos que pareceram dois dias”, contou o criado ao Business of Fashion. E declarou então: “Temos de continuar. Não nos cabe a nós, libaneses, desistir. Essa é a parte exequível. Mas a maior perda são as pessoas que não podemos trazer de volta.”

Natural de Damour, um subúrbio de Beirute, Elie Saab aprendeu a costurar aos 10 anos, sozinho, com restos de tecidos que “roubava” do armário da mãe e fazia vestidos para a sua irmã. Aos 18 anos, em 1982, lançava a marca própria, depois de um breve período a estudar em Paris. Numa mistura entre a exuberância do Médio Oriente e a leveza das silhuetas do Ocidente, o criador rapidamente ganhou destaque, em especial pelos vestidos de noiva.

Em 1999, foi ele a vestir a rainha Rania da Jordânia para a coroação e é conhecido por ser quase o costureiro não oficial da família real daquele país. A fama internacional chega em 2002 quando veste precisamente Halle Berry para os Óscares com o mesmo vestido de tafetá com que a actriz desfilou nesta quarta-feira. Desde então, tem desenhado para celebridades como Angelina Jolie, Beyoncé ou Priyanka Chopra Jonas.

No mundo da moda, também fez história ao ser o primeiro criador que não é de nacionalidade italiana a ser aceite pela Camera Nazionale della Moda, responsável por organizar a Semana da Moda de Milão. Desde 2003, começou a apresentar uma linha de alta-costura em Paris, onde são os escritórios da marca, que continua a manter-se independente num mundo do luxo dominado pelos conglomerados franceses.

Sugerir correcção
Comentar