Inflação nos produtos alimentares subiu para 2,1% em Outubro

A diferença no índice que mede os preços dos produtos alimentares não transformados face a Outubro de 2023 está ligeiramente abaixo da variação global da inflação.

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O segmento dos bens alimentares e bebidas não alcoólicas contribuiu para a subida do índice global de preços Nuno Ferreira Santos
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O índice de preços nos alimentos (produtos não transformados) ficou em Outubro passado 2,1% acima do valor registado em Outubro de 2023, agravando-se a diferença em relação ao que se verificava em Setembro, em que a variação fora de apenas 0,9%.

Os dados sobre a evolução dos preços na economia portuguesa que o Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou nesta quarta-feira confirmam que a taxa de inflação global foi de 2,3% em Outubro, “superior em 0,2 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior”, em que o índice ficou nos 2,1%.

A estimativa é igual à taxa que o instituto calculou há poucas semanas, quando divulgou uma primeira estimativa (ainda provisória) do Índice de Preços no Consumidor (IPC).

Apesar de a variação do indicador de preços dos produtos alimentares não transformados ser ligeiramente inferior à que se observou no IPC, o segmento dos bens alimentares e bebidas não alcoólicas foi um dos que mais contribuíram para a variação homóloga do índice de preços. Os restantes foram a habitação, água, electricidade, gás e outros combustíveis; e os restaurantes e hotéis.

Em “sentido contrário”, as classes “com contribuições negativas” foram a dos transportes, dos acessórios, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação, e a do vestuário e calçado, diz o INE.

Já o índice dos produtos energéticos recuou, registando-se uma variação de -0,2% face a Outubro de 2023 (uma queda menor do que a que se registou em Setembro, quando a diferença face ao mesmo mês do ano anterior era de -3,5%). A quebra em Outubro deve-se em particular à conjugação de dois factores: “O aumento mensal registado neste agregado (1,3%) com o efeito de base associado à redução registada em Outubro de 2023 (-2,1%).”

A variação média da inflação nos últimos 12 meses (até Outubro) foi de 2,2%, ficando no mesmo valor observado em Setembro. O índice relativo aos produtos alimentares não transformados foi de 1,6%.

Olhando para a diferença do índice global de preços entre Setembro e Outubro (para a variação mensal), os dados do INE apontam para uma taxa de 0,1%.

“Entre as contribuições positivas relevantes, realçam-se as dos sub-subgrupos do vestuário de homem, do peixe fresco ou frigorificado, do gasóleo, dos produtos hortícolas frescos e frigorificados, excepto batatas e outros tubérculos e da gasolina”, resume o instituto estatístico. Para contrabalançar, deram “contribuições negativas” as trajectórias dos preços, de Setembro para Outubro, dos “hotéis, motéis, pousadas e serviços de alojamento similares, dos jogos e apostas, dos voos internacionais, dos serviços de assistência para a infância e dos transportes de passageiros por mar”.

O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, que permite fazer comparações com outros países da União Europeia, regista uma variação homóloga de 2,6%, “taxa idêntica à registada no mês anterior e superior em 0,6 pontos percentuais ao valor estimado pelo Eurostat para a área do euro”.

Na moeda única, a inflação de Outubro foi de 2%, segundo a estimativa divulgada a 31 de Outubro. Na Alemanha, a maior economia, a taxa está nos 2,4%, sendo superior à média da zona euro. Em França, segunda maior potência económica, está em 1,5%; em Itália, terceira maior economia, em 1%; em Espanha, quarta, em 1,8%.

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