Violência na AG do FC Porto. Madureira nega responsabilidade em agressões

Tribunal finalizou análise da videovigilância. Antigo líder dos Super Dragões explicou incidentes da assembleia geral do FC Porto. Clube terá pagado férias de luxo a família e amigos de Madureira.

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Fernando Madureira, ex-líder da claque Super Dragões Paulo Pimenta/Arquivo
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Fernando Madureira prestou esta quarta-feira esclarecimentos à juíza de instrução sobre os incidentes na assembleia geral (AG) do FC Porto de Novembro de 2023, depois de o tribunal finalizar a análise às 23 horas de imagens do circuito de videovigilância do Estádio do Dragão e pavilhão Dragão Arena. Ficou assim concluída a inquirição de Madureira nesta fase do processo.

Era já expectável que o ex-líder dos Super Dragões voltasse a negar responsabilidade pelos incidentes de violência que se registaram, algo que já tinha feito no primeiro interrogatório após ser detido e que voltou a acontecer esta quarta-feira, 13 de Novembro. Cumpre-se exactamente um ano desde a reunião de sócios que motivou o arranque da investigação.

À entrada para o tribunal, Sandra Madureira preferiu não prestar declarações mas durante a sua audição também negou qualquer envolvimento no episódio de violência que marcou a assembleia. O mesmo disse Fernando Saul, tendo a sua advogada, Cristiana Carvalho, considerado que a acusação do Ministério Público (MP) não é sustentada nas imagens vistas nas últimas sessões. A defesa do antigo oficial de ligação aos adeptos do FC Porto pediu que Pinto da Costa fosse ouvido.

Já depois das 17h, no final da sessão desta quarta-feira, ficou a saber-se que a juíza decidiu proibir os advogados de transmitirem informação aos jornalistas à saída do tribunal, tendo essa deliberação ficado registada em acta. A sessão é retomada esta quinta-feira, pelas 9h30.

Estamos praticamente a três semanas do fim do prazo da prisão preventiva e o tribunal corre em contra-relógio para proferir uma decisão instrutória antes que Madureira seja libertado. Todas as tentativas da defesa de trazer o ex-líder dos Super Dragões para casa nos últimos dez meses foram rejeitadas. O tribunal considera que a saída deste da prisão acarretava riscos de perturbação de inquérito. Por esse motivo, Madureira está em prisão preventiva desde 7 de Fevereiro.

Nos últimos dias, foram divulgadas novas informações sobre a relação entre o FC Porto e Fernando Madureira. Os "dragões" terão pagado 16 viagens a família e amigos do casal Madureira entre 2017 e 2024, de acordo com documentos remetidos para os autos da Operação Pretoriano. A actual administração do clube, liderada por André Villas-Boas, apresentou comprovativos que mostram várias viagens fora de períodos de jogo e para locais em que não existiam jogos marcados.

Entre outros destinos, a lista é formada por viagens a Ibiza (Espanha), à Disneylândia Paris (França), México e Belo Horizonte (Brasil). O inquérito da Operação Pretoriano já terminou e estas questões não podem ser investigadas no âmbito deste processo. Podem, porventura, originar um novo processo.

Neste momento, Fernando Madureira está sob investigação em três processos. Além da Operação Pretoriano, caso sobre os incidentes da AG do FC Porto, o antigo líder dos Super Dragões é ainda visado na Operação Bilhete Dourado, investigação a um alegado esquema de bilhetes que beneficiava o ex-líder de claque. Por último, Madureira é ainda investigado num terceiro processo, por suspeitas de crimes fiscais que terão ocultado os supostos lucros ilegítimos provenientes deste esquema.

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