Paciente viu cirurgia cancelada quando já estava no bloco operatório

Hospital de Santo António, no Porto, lamenta o sucedido e diz que cirurgia exige a implantação de dispositivos tecnológicos inovadores, cuja aquisição ainda está em curso.

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Em causa estará o facto de ter sido marcada a operação, para o mês passado, sem que o conselho de administração do hospital tivesse dado luz verde para implementar os dispositivos necessários Paulo Pimenta
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Uma mulher, que esperou vários anos por uma operação à coluna, viu a cirurgia ser cancelada quando já estava no bloco operatório e com o cateter de anestesia colocado. O episódio foi noticiado nesta terça-feira pelo Jornal de Notícias e ocorreu no Hospital de Santo António, no Porto. A unidade de saúde, entretanto questionada sobre os factos pelo PÚBLICO, confirmou e lamentou o episódio.

“Lamenta-se a falha de comunicação interna e apresentam-se desculpas à cidadã pelos transtornos”, afirma o hospital, em resposta escrita enviada ao PÚBLICO. A unidade de saúde nega que o conselho de administração não tenha autorizado a cirurgia, “pelo contrário, abriu o concurso público para aquisição do material”, reitera.

Em causa estará o facto de ter sido marcada a operação, para o mês passado, sem que o conselho de administração do hospital tivesse dado luz verde para implementar os dispositivos necessários.

“A cirurgia exige a implantação de dispositivos tecnológicos inovadores, de uso absolutamente excepcional”, informa o Santo António na mesma resposta e completa: “Não foi possível desenvolver os complexos procedimentos administrativos conducentes à sua aquisição atempada, que ainda estão em curso.”

Esta unidade de saúde garante, contudo, que a “cirurgia será antecipada em relação a data referida”, devendo ser realizada antes de uma consulta que ficou marcada para Fevereiro.

“Há vários anos que ando para ser operada, mas meteu-se a covid-19 pelo meio e só em Maio deste ano é que me marcaram a operação para meter uns parafusos. Ficou programada para 17 de Outubro”, disse a paciente ao diário. De acordo com o relato, nos dias que antecederam essa data, a paciente terá feito as necessárias análises e exames e confirmou a disponibilidade para a operação. “Às 7h30 do dia 17, estava no hospital, as enfermeiras prepararam-me e levaram-me para o bloco operatório. Até já tinha colocado o cateter para ser anestesiada quando, de repente, vi os médicos a falarem uns com os outros”, tendo depois sido informada que não seria operada naquele dia, recorda, citada no mesmo jornal.

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