Diabéticos vão poder adquirir bombas de insulina automáticas nas farmácias

Medida só avança em Janeiro porque obriga ao desenvolvimento da prescrição electrónica. Secretária de Estado da Saúde recorda que o processo de disponibilização de bombas se arrasta desde 2022.

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Durante o ano de 2023 foram disponibilizadas 368 bombas e no ano seguinte, 372, sendo que estava previsto no programa a colocação de, pelo menos, 5000 bombas por ano Nuno Ferreira Santos
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Os doentes com diabetes tipo 1 vão poder adquirir, a partir de Janeiro próximo, as bombas de insulina automáticas nas farmácias e escolher o modelo, anunciou nesta terça-feira a secretária de Estado da Saúde, Ana Povo.

Ana Povo adiantou no Parlamento que a medida só avança em Janeiro de 2025 porque obriga ao desenvolvimento da prescrição electrónica para as bombas de insulina, “que vão ser colocadas e disponibilizadas nas farmácias”.

“E vamos fazer mais, vamos dar liberdade de escolha da bomba. Vamos criar um sistema de referência e depois o cidadão poderá escolher a bomba que queira com pagamento da diferença”, avançou Ana Povo na audição conjunta das comissões parlamentares do Orçamento e Finanças e da Saúde, a propósito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2025.

A secretária de Estado da Saúde recordou que o processo de disponibilização de bombas de insulina automáticas se arrasta desde 2022.

“Em Novembro de 2022, foi criado um grupo de trabalho para rever a estratégia das bombas de insulina”, que entregou o relatório em Maio de 2023 e que incluía o modelo de distribuição nas farmácias, considerado o mais adequado para melhorar o acesso, seguido da hipótese de modelo híbrido”.

Ana Povo adiantou que, em Junho de 2023, a anterior equipa do Ministério da Saúde optou pelo modelo tradicional com compra centralizada, não seguindo a recomendação do grupo de trabalho.

Durante o ano de 2023 foram disponibilizadas 368 bombas e no ano seguinte, 372, sendo que estava previsto no programa a colocação de, pelo menos, 5000 bombas por ano.

“Não nos orgulhamos disto (…) e não teve nada que ver com a situação (…) da retirada de uma bomba do mercado” pela autoridade nacional de saúde (Infarmed).

“Se a bomba não dava garantias de segurança, o Infarmed não podia deixar que a mesma continuasse a ser colocada” no mercado, acrescentou.

O Estado lançou um concurso para a aquisição de cerca de 2000 dispositivos, adjudicado à empresa Medtrum, que foi suspenso pelo Infarmed perante o alerta da associação de diabetologistas britânica e de relatos de reacções adversas feitos pela Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP).