EUA: Lusodescendente Jack Teixeira condenado a 15 anos de prisão por fuga de informação

Teixeira foi responsável pela mais grave fuga de informação militar da última década nos Estados Unidos.

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Jack Douglas Teixeira SOCIAL MEDIA WEBSITE / VIA REUTERS
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O militar norte-americano Jack Teixeira, lusodescendente, foi condenado esta terça-feira por um tribunal em Boston, nos Estados Unidos, a 15 anos de prisão por seis crimes de posse e divulgação de informação classificada.

Teixeira fora detido em Abril de 2023 pelo FBI, sob suspeita da autoria da maior fuga de informação militar no país na última década. O jovem de 22 anos, que estava ao serviço da Guarda Nacional Aérea do estado do Massachusetts, declarou-se culpado dos seis crimes de que estava acusado no âmbito de um acordo para reduzir a sua sentença. Inicialmente, o militar arriscava uma pena de prisão perpétua.

"Lamento todo o mal que causei e os danos que causei", declarou Teixeira em tribunal, esta terça-feira.

Apesar de ser um militar de baixa patente, Teixeira teve acesso a dados secretos no âmbito das funções que desempenhava, de apoio informático e de cibersegurança, tendo transcrito e fotocopiado centenas de documentos sensíveis que divulgou mais tarde na plataforma online Discord, muito utilizada por fãs de videojogos. Entre os dados divulgados estavam informações secretas sobre a guerra na Ucrânia e o fornecimento de material militar norte-americano a Kiev.

O militar, concluiu a acusação, não agiu a mando de qualquer interesse estrangeiro, mas sim por curiosidade e pelo desejo de impressionar positivamente os seus amigos online. Teixeira, alega a sua defesa, é um jovem autista que vivia socialmente isolado.

"Eu queria saber o máximo possível [sobre a guerra na Ucrânia], porque pensei que era provavelmente o maior acontecimento da história da minha geração", confessou Teixeira aos investigadores, segundo consta do processo judicial.