Impedido de se recandidatar, ex-líder do Syriza quer criar novo partido

Eleito em 2023 como presidente do Syriza, Stefanos Kasselakis abandona o partido um ano depois, após uma moção de censura e uma decisão que o impede de concorrer às próximas eleições.

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Kasselakis, de 36 anos, foi gestor de investimentos de risco na Goldman Sachs LOUISA GOULIAMAKI / REUTERS
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Stefanos Kasselakis, um empresário grego de 36 anos que viveu desde a adolescência nos Estados Unidos, e que era um desconhecido na Grécia antes de ter vencido a eleição para a liderança do Syriza, em 2023, anunciou a sua saída do partido de esquerda e a criação de uma nova formação política.

A decisão de Kasselakis foi conhecida depois de o Syriza ter impedido, na sexta-feira, a sua recandidatura à liderança do partido numa eleição que vai decorrer a 24 de Novembro. Kasselakis foi afastado da corrida para a liderança depois de ter sido alvo de uma moção de censura em Setembro passado, que o obrigou a abandonar o cargo que ocupava desde 2023.

Não são conhecidos pormenores sobre qual será a ideologia do partido que Kasselakis prometeu criar. Durante a sua curta passagem pela liderança do Syriza — que conquistou na sequência da saída de Alexis Tsipras, em 2023, após duas pesadas derrotas eleitorais —, Kasselakis foi acusado de tentar impor uma linha próxima da direita populista, tendo sido comparado, pelos seus maiores críticos, ao Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e ao fundador do movimento italiano Cinco Estrelas, Beppe Grillo.

Quando surgiu na política grega, em Março de 2023, Kasselakis apresentou-se como alguém apostado a levar o Syriza para o centro, em resposta ao crescimento da Nova Democracia. Com um currículo que incluía um passado como gestor de investimentos de risco na Goldman Sachs, foi recebido com grande desconfiança pelas cúpulas do partido, mas acabou por triunfar na eleição para a liderança, em Setembro de 2023.

Um ano depois, chega ao fim o seu percurso improvável como presidente de um partido que nasceu de uma coligação de várias formações da esquerda radical, e que tem continuado a perder apoio popular desde os descalabros eleitorais de 2023.

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