O Centro Nacional de Cultura considera-o "um dos maiores fotógrafos do nosso tempo" e por isso lhe entregou, este ano, o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva. Sérgio B. Gomes aproveitou a passagem de Thomas Struth por Portugal para conversar longamente com ele sobre fotografia, cidades, arte, inteligência artificial…
"Sofro porque conheço a história e vejo que as cidades estão a morrer", diz o artista alemão, que fotografou muitas (de Nova Iorque a Düsseldorf, de Paris a Edimburgo). Tem uma atracção antiga pelo "carácter" das cidades, sítios onde indivíduos e colectivos constroem um viver em conjunto, "lugares inconscientes" onde há "emoções, amor e ignorância".
É também autor, entre outras séries, dos Family Portraits e das Museum Photographs, talvez o seu trabalho mais conhecido, onde pensa a experiência de fruição em espaços de celebração social da arte, em monumentos, templos, igrejas e principalmente museus. "Quando olho para uma obra de arte, reajo ao que vejo, mas tento ser também uma antena e penso: ‘Qual é a energia disto?’", confessa Struth nesta conversa.
A celebração começou quinta-feira, no Porto, e culmina no dia 23 na Meo Arena, em Lisboa. Trinta anos depois, Pedro Abrunhosa regressa aos palcos para recordar Viagens. A pedido do Ípsilon, ele e alguns cúmplices (como Mário Barreiros, Cláudio Souto e Regina Guimarães) lembram o ambiente desse tempo aventuroso em que a noite do Porto despontava.
Familiaridade e estranheza, doçura e violência, regra e desvio: o Leffest dedica uma retrospectiva à obra da cineasta francesa Patricia Mazuy. Vasco Câmara conversou com ela e apresenta uma "proposta mínima para atingir o deslumbre" no Lisboa Film Festival.
Também neste Ípsilon:
– Música: conversas com Lena d’Água, sobre o novo disco Tropical Glaciar, e Jessica Pratt, antes de apresentar em Portugal Here in the Pitch;
– Mais música: crónica de Nuno Costa Santos sobre o apelo duradouro das bandas (dos Fontaines D.C. aos Oasis);
– Teatro: a leitura de 1984, de George Orwell, pelos Artistas Unidos;
– Livros: entrevista com Paolo Giordano sobre Tasmânia e a crise climática; recensões a Um Outro País, de James Baldwin, e Os Rostos, de Tove Ditlevsen;
– Filmes: recensões a Red Rooms; Estamos no Ar; Conclave; Por Ti, Portugal, Eu Juro!; e O Sucessor.
E não só. Boas leituras!
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O regresso de Júlia Mann a Paraty, de Teolinda Gersão, é o livro escolhido para o próximo Encontro de Leituras, o clube de leitura do PÚBLICO e da revista literária brasileira Quatro Cinco Um. A escritora é a convidada da sessão do dia 12 de Novembro, às 22h em Lisboa, 19h em Brasília, no Zoom, como habitualmente, aberta a todos os que queiram participar.