Um 1984 mais surreal e a testar a manipulação actual
A partir da adaptação de Robert Icke e Duncan Macmillan, os Artistas Unidos estreiam sábado, em Aveiro, a sua leitura de 1984. Uma peça em que o próprio livro de Orwell se torna protagonista.
Quando se estreou na Casa da Música, em 2007, um longo tema chamado Mudar de vida, José Mário Branco, dissecando e instigando uma revolução ainda por acontecer, lembrava a investigação do biólogo alemão Paul Ehrlich na procura de uma cura para a sífilis nos primeiros anos do século XX. Ehrlich tentou uma, duas, três, quatro, cinco, cem vezes – e falhou sempre. “A cura, finalmente conseguida, chamou-se ‘Ehrlich 914’”, lembrava o músico. “Quantas vezes já tentámos nós?”, perguntava. “Novecentas e catorze? Ainda não! (…) Quem sabe dez? Vinte?”
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