Ministro das Infra-Estruturas diz que terá estudos sobre o prolongamento do metro de Lisboa em Dezembro

Miguel Pinto Luz disse no Parlamento que os estudos sobre o formato da linha verde do metro de Lisboa, assim como sobre o prolongamento da linha vermelha, estarão prontos no próximo mês.

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Em causa está a nova linha circular do Metropolitano de Lisboa, que vai ligar a estação do Rato ao Cais do Sodré Daniel Rocha
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O ministro das Infra-estruturas disse esta quinta-feira, 7 de Novembro, no Parlamento que "em Dezembro" terá os estudos para que o prolongamento da linha verde do Metropolitano de Lisboa prossiga num traçado circular, como está em curso, "em laço" ou numa solução mista. "Laço ou anel, os estudos só chegam em Dezembro, e portanto temos estado a falar com a Junta de Freguesia, com a Câmara Municipal e, portanto, a seu tempo apresentaremos as soluções, que poderão apontar num sentido ou noutro, ou até numa solução mista que possa não penalizar as populações", afirmou Miguel Pinto Luz.

O governante respondia ao deputado António Filipe (PCP), numa audição conjunta das comissões de Orçamento, Finanças e Administração Pública e de Economia, Obras Públicas e Habitação, no âmbito da apreciação, na especialidade, da proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

"O Partido Socialista decidiu contra tudo e contra todos, e também contra uma posição muito contundente expressa aqui pelo PSD, a linha circular do Metropolitano de Lisboa", disse o depurado comunista, acrescentando que "essa decisão ainda pode ser revertida". "O PSD vai reverter essa decisão do Partido Socialista e avançar para uma outra solução, que é segundo creio uma linha em laço, que é possível, ou se é a posição de sempre do PSD que vai ser revertida" e "vai deixar tornar um facto consumado a decisão que o Partido Socialista tomou?", questionou.

O deputado Raul Melo, do Chega, questionou o governante sobre se um possível atraso na conclusão da obra de prolongamento do metro de Lisboa poderá comprometer o seu financiando pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Pinto Luz assegurou que, em relação à Linha Vermelha do metropolitano, o executivo está "a par" e, "se falhar" o prazo, irá "encontrar forma de financiar fora do PRR tudo aquilo" que tiver "de financiar" e "não haverá nenhuma obra que ficará parada".

A Câmara de Lisboa aprovou em Março uma moção do PCP para instar o Governo liderado pelo PSD para determinar ao Metropolitano de Lisboa a "reavaliação imediata" do processo de construção da linha circular para funcionar "em laço". Em reunião pública do executivo municipal, a moção foi aprovada entre os 17 membros da Câmara, com os votos contra de dois dos três vereadores dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), cinco de abstenção (PS, Livre e Cidadãos Por Lisboa) e 10 votos a favor do PSD/CDS-PP, PCP e BE.

Na perspectiva do PCP, a expansão da rede do Metropolitano de Lisboa deve obedecer a dois princípios fundamentais: promover a mobilidade dentro da cidade, com recurso à utilização do transporte público de qualidade, e contribuir para a redução da utilização das viaturas particulares que entram, todos os dias, no concelho. "O actual traçado da linha circular, já em construção, não responde de forma cabal a nenhum destes princípios", considerou o PCP, no texto da moção.

Em causa está a nova linha circular do Metropolitano de Lisboa, que vai ligar a estação do Rato ao Cais do Sodré, numa extensão de mais dois quilómetros de rede, e que irá criar um anel circular no centro da cidade, e interfaces que conjugam e integram vários modos de transporte.

O funcionamento da linha circular, tal como está definido, prevê que os passageiros que saiam das estações de Odivelas, Senhor Roubado, Ameixoeira, Lumiar, Quinta das Conchas e Telheiras tenham de fazer transbordo no Campo Grande se quiserem ir para outras zonas de Lisboa. Com a circulação "em laço", esse transbordo deixa de ser necessário e o comboio que sai da futura linha Amarela segue viagem pela nova linha circular.