Sean "Diddy " Combs propôs esta sexta-feira uma nova fiança de 50 milhões de dólares (cerca de 46 milhões de euros), valor que o magnata da música espera que permita que seja libertado da prisão de Brooklyn, onde está detido há oito semanas por acusações de tráfico sexual.
Combs já viu negadas as três propostas de fianças que fez desde a sua detenção, com vários juízes a citarem o risco de poder influenciar as testemunhas. A 17 de Setembro, o rapper e produtor declarou-se inocente das acusações de que utilizou o seu império empresarial, incluindo a sua editora discográfica Bad Boy Entertainment, para transportar mulheres e homens trabalhadores do sexo através de fronteiras estatais para participarem em espectáculos sexuais gravados, denominados de freak offs.
Na sexta-feira, o juiz distrital Arun Subramanian, que supervisiona o processo criminal, negou o pedido de Combs para que os seus acusadores fossem impedidos de falar publicamente sobre o assunto. Os seus advogados tinham argumentado que os cerca de 30 processos civis que acusavam Combs de má conduta ou abuso estavam a interferir com o seu direito a um julgamento justo.
Combs, de 55 anos, negou ter cometido qualquer acto ilícito e os seus advogados argumentaram que a actividade sexual descrita pelos procuradores foi consensual e consentida.
Numa queixa apresentada ao tribunal na sexta-feira, a advogada de defesa Alexandra Shapiro pediu a Subramanian que libertasse Combs sob uma fiança de 50 milhões de dólares, que seria garantida pela sua casa de 48 milhões de dólares (44 milhões de euros) em Miami e co-assinada por vários membros da sua família.
Shapiro também propôs que Combs fosse vigiado 24 horas por dia por uma equipa de segurança, fosse sujeito a prisão domiciliária e não tivesse contacto com as alegadas vítimas ou testemunhas. O seu julgamento está marcado para 5 de Maio. Ao pedir a fiança, Shapiro disse também que as novas provas minaram parte da justificação da acusação para a detenção de Combs. A advogada disse que as provas lançaram um novo enquadramento sobre as imagens de vigilância de um hotel do ano de 2016, em que o músico é visto a agredir fisicamente a ex-namorada Casandra Ventura, conhecida como Cassie.
"O vídeo não é a prova de uma loucura coagida, mas sim um vislumbre de minutos de uma relação complexa, mas consensual, que durou uma década", escreveu Shapiro.
A advogada também disse que é impossível para Combs preparar o julgamento atrás das grades devido à quantidade "incrivelmente volumosa" de material a rever, especialmente sem um computador portátil. Referiu ainda que a preparação de Combs tem sido dificultada pelas condições da prisão e pelo facto de os guardas lhe tirarem as canetas que usa para tirar notas. A detenção está a privar Diddy de "qualquer oportunidade real" de se preparar para o julgamento, violando os seus direitos ao abrigo da Constituição dos EUA, afirmou Shapiro.