Sete detidos em Portugal na “maior operação” mundial contra tráfico humano

Operação decorreu entre 29 de Setembro e 4 de Outubro em 116 países e territórios, tendo sido detidas no total 2517 pessoas, 850 das quais por tráfico e resgatadas 3222 potenciais vítimas.

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Interpol alerta que o tráfico de seres humanos e de migrantes está cada vez mais ligado a outras formas de crime, utilizando muitas vezes as mesmas redes e rotas criminosas Rui Gaudêncio
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Sete pessoas foram detidas em Portugal no âmbito da "maior operação jamais realizada" contra o tráfico de seres humanos, coordenada pela Interpol, e na qual participou a Polícia Judiciária, indicou esta quinta-feira a PJ.

A operação "Liberterra II" decorreu entre 29 de Setembro e 4 de Outubro em 116 países e territórios, tendo sido detidas no total 2517 pessoas, 850 das quais por tráfico, resgatadas 3222 potenciais vítimas e identificados 17.793 imigrantes em situação irregular.

"Em território nacional foram detidas sete pessoas (uma por de tráfico de seres humanos, outra por tráfico de estupefacientes, três por uso de documento contrafeito e duas por permanência irregular no país)", bem como "identificados 4203 cidadãos, fiscalizados 23 locais e abertos seis inquéritos", adiantou a PJ em comunicado.

A Polícia Judiciária coordenou a operação, que incluiu "três buscas domiciliárias nas localidades de Sacavém, Sines e Serpa, cinco acções de fiscalização (duas na zona de Leiria e três na zona de Torres Vedras)" e na qual participaram a Guarda Nacional Republicana e a Autoridade para as Condições do Trabalho.

A Interpol anunciou na quarta-feira em comunicado os resultados da sua "maior operação de sempre contra o tráfico de seres humanos", precisando que entre as vítimas resgatadas se encontravam "menores forçados a trabalhar em explorações agrícolas na Argentina, migrantes em discotecas na Macedónia, mendigos no Iraque, trabalhadores domésticos no Médio Oriente".

"O tráfico de seres humanos e de migrantes está cada vez mais ligado a outras formas de crime, utilizando muitas vezes as mesmas redes e rotas criminosas", sublinhou a Organização Internacional de Polícia Criminal, explicando tratar-se de uma sobreposição que "amplifica os lucros e o poder dos grupos criminosos organizados".