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Coral da UnB representa o Brasil em festival de Lisboa, de olho na medalha de ouro
Lisbon Sings 2024 reúne coros de diversos países e será realizado a partir dessa sexta-feira, no auditório Aula Magna, da Universidade de Lisboa. A entrada é gratuita.
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O coral da Universidade de Brasília (UnB) está em Portugal para representar o Brasil na 3ª edição do Festival Internacional de Coros, Lisbon Sings 2024, que se realiza de 8 a 10 de novembro, sexta a domingo, no Auditório Aula Magna, da Universidade de Lisboa. São esperados 30 coros de 17 países. Além de Brasil, estarão presentes Porto Rico, Grã-Bretanha, Zimbábue e vários europeus numa proposta de confraternização de nações por meio da música e de intercâmbios culturais. A entrada é gratuita.
Com 43 anos de atuação, o Coral da UnB disputará duas categorias: coro misto, no sábado, às 15h, e música folclórica, às 11h de domingo. Fora da competição, o grupo se apresenta na abertura do evento, quando todos os corais fazem o concerto da amizade. “Nessa participação, fora da disputa, vamos apresentar Ponto de Oxum — Yemanjá, do maestro mineiro Carlos Alberto Pinto da Fonseca, Vozes nordestinas, um pot-pourri de canções de Luiz Gonzaga, e encerramos com Domingo no Parque, de Gilberto Gil”, diz o maestro Éder Camúzis.
Atualmente, com 42 vozes, o coro conta com um único integrante desde que começou em 1981. O médico reumatologista Wilton Ferreira Silva Santos, 61 anos, cursava o segundo semestre de medicina na UnB, quando decidiu entrar no recém-criado coral. “Inicialmente, comecei como barítono, depois, passei para tenor. Gosto muito de participar dos festivais de coral, pois é uma maneira de conhecer novas culturas, perceber diferentes interpretações e a diversidade da música coral pelo mundo e, como há 43 anos, fico apreensivo antes das apresentações”, afirma.
A dentista Ana Virgínia Pompeo de Campos, 58, entrou no coral em 2001. Quando a filha dela, Bianca Maciel, 31, começou a estudar na UnB, em 2010, se juntou à mãe. Bianca conta que, ao conhecer o marido, Leandro Bezerra, 44, também o chamou para o coral. Hoje, todos participam ativamente do grupo. “É muito bom estarmos nessa empreitada juntos, porque nos encontramos toda semana para os ensaios e temos essas oportunidades de viajarmos juntos para cantar. Em casa, cantamos muito juntos, mas é mais numa rodinha de violão”, comenta Bianca.
Um certo nervosismo
No dia da competição de música folclórica, que inclui trajes típicos, o coral vai apresentar Suíte dos Pescadores, de Dorival Caymmi, com Feira de Mangaio, de Sivuca, e Xaxado, de Luiz Gonzaga. “Entramos com roupas de pescadores e, depois, acrescentamos os acessórios em couro, como os chapéus usados pelos cangaceiros”, detalha o maestro Camúzis.
Dos 42 membros do coral, 38 estão na competição em Lisboa. O grupo tem alternado as viagens internacionais com apresentações no Brasil. Nos últimos anos, participaram de competições na Espanha, Itália e Grécia. “Nas apresentações em geral, sempre existe um certo nervosismo, mas, numa competição com um corpo de jurados que são maestros internacionais, é diferente, porque estão avaliando a qualidade vocal, interpretativa, afinação e se tudo está em harmonia. Temos de estar muito bem preparados”, salienta o maestro.
Para o tenor Fernando Sávio, 54, que está no coral há 19 anos e já participou de vários festivais e competições internacionais, o objetivo é o pódio. “A expectativa é sempre a medalha de ouro, já que é para isso que nos dedicamos e nos preparamos por meio de muitos ensaios e aulas de técnica vocal para atingir o melhor resultado”, explica.
Além das apresentações no festival Lisbon Sings, o Coral na UnB fará um evento extra na terça-feira, 12 de novembro, no Salão Paroquial de Nova Oeiras, na rua Monsenhor Ferreira de Melo, 141, em Oeiras.