O carvalho-de-Monchique renasce na sua terra natal

A serra está a ser reflorestada com espécies autóctones. O carvalho ainda persiste, mas está quase reduzido a mínimos: apenas 250 exemplares adultos.

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A associação ambientalista GEOTA plantou 3 mil novas árvores de carvalho-de-monchique GEOTA
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O carvalho-de-Monchique (Quercus canariensis Willd) está de volta ao sítio que o viu nascer. Depois do incêndio de há seis anos, a serra está a ser reflorestada. A espécie, incluída na Lista Vermelha da Flora Vascular de Portugal, conta apenas com 250 árvores antigas “criticamente em perigo”. Agora, a associação ambientalista GEOTA, responsável pela gestão e execução do projecto Renature, plantou 3 mil novas árvores desta espécie. “Temos já exemplares com três e quatro metros de altura”, destacou Miguel Jerónimo, coordenador do plano, manifestando-se confiante no sucesso da operação, que ganha novo impulso.

Durante os últimos seis anos foram replantadas 383 mil árvores, numa área que abrange 1400 hectares contratados com cerca de 70 proprietários. O fogo tinha destruído 27 mil hectares. Sobreiros e medronheiros dominam o “mosaico” que está a ser reconstruído. A taxa de sobrevivência, disse Miguel Jerónimo, é de 60%, uma percentagem considerada “normal”, atendendo às condições naturais

O projecto, financiado pela Ryanair, conta já 1,4 milhões de investimento, prevendo-se para o próximo ano mais 400 mil euros. A iniciativa, além do patrocínio da companhia aérea, conta ainda com o apoio da Região de Turismo do Algarve, Instituto da Conservação da Natureza e Florestas e câmara municipal.

Sobre os carvalhos-de-Monchique, Miguel Jerónimo, arquitecto paisagista, reconhece que os novos exemplares, “embora não sejam, em número, representativos” da área intervencionada, têm o valor do “simbolismo” de uma espécie que é uma “relíquia desta região”.

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