FC Porto cai em Roma e baixa para zona de risco na Liga Europa
Tempo de compensação foi fatal para os “dragões”, que perderam pela primeira vez com a Lazio, líder isolada da competição, só com triunfos.
O FC Porto foi esta quinta-feira a Roma conhecer a primeira derrota (2-1) em duelos com a Lazio e complicou as contas da Liga Europa frente ao líder isolado da competição, precisamente a meio da fase de liga, caindo para o 22.º lugar, com quatro pontos em quatro rondas.
Um golo no período de compensação da primeira parte e outro nos descontos da segunda foram fatais para o FC Porto, que, com outra eficácia, poderia ter saído de Itália com um resultado diferente.
Perante a entrada impositiva do FC Porto nos instantes iniciais e depois de Gigot ter escapado a uma expulsão por entrada duríssima sobre Eustáquio, a Lazio intensificou a pressão e recuperou as rédeas do jogo com duas sérias ameaças.
Primeiro numa perda de bola de Francisco Moura, apertado por Tchaouna, em lance que Nehuén Pérez resolveu com desvio ao remate de Taty Castellanos. Quase de imediato, partindo de posição irregular, o avançado argentino colocou a bola no fundo da baliza de Diogo Costa. O golo não contou, mas ficou a nota de uma Lazio autoritária, a agigantar-se e a explorar o anormal índice de passes falhados dos portistas.
Mesmo não o admitindo, Vítor Bruno reservou duas unidades nucleares para o clássico de domingo, na Luz, com Eustáquio a render Nico González e Galeno — bisou saindo do banco com o Estoril — a surgir no lugar de Pepê no “onze” inicial. Uma opção que poderá ter pesado na forma como a equipa sofreu durante o período em que os italianos testaram o equilíbrio e consistência do FC Porto, especialmente na primeira fase de construção.
Mas depois de esvaziar o ímpeto da Lazio, o FC Porto começou a circular a bola e a obrigar o adversário a baixar e a perceber que não podia manter o ritmo sem sofrer consequências. O último quarto de hora da primeira parte foi preocupante para os italianos, que viram a defesa a vacilar e o FC Porto muito perto de marcar, com Samu a descobrir a profundidade e Fábio Vieira a rematar ao poste da baliza de Mandas (34’).
Mas a primeira parte não teve o fim esperado e, depois de ficar com os centrais condicionados com dois cartões amarelos - e depois de Samu ter falhado a emenda a cruzamento de Martim Fernandes -, o FC Porto não foi capaz de evitar o golo de Alessio Romagnoli. Na sequência de um canto em que Taty Castellanos saltou sobre Alan Varela, o central italiano cabeceou sem oposição e com êxito para as redes portistas no último minuto do tempo de compensação.
Tripla acção
Apesar do forte soco no estômago recebido a caminho das cabinas, o FC Porto não se precipitou, regressando para a segunda parte com o mesmo “onze”, ciente de que poderia, como sucedeu com o Manchester United, reverter o resultado sem se expor demasiado nem convidar a Lazio a fazer o jogo que mais lhe convinha.
Vítor Bruno precisava, contudo, de dotar a equipa de um jogador capaz de executar o último passe, com Nico González a atrair todos os olhares, enquanto Tiago Djaló tentava a sorte numa meia distância que poderia ter resultado no golo do empate ainda antes de completados os primeiros dez minutos do segundo tempo e a primeira intervenção do treinador.
Com cerca de meia hora para evitar a primeira derrota com a Lazio, Vítor Bruno fez uma tripla substituição, com Nico, Pepê e João Mário a sublinharem a necessidade de aumentar a aposta. Uma acção que teve impacto instantâneo, com Eustáquio a receber, na área, um passe atrasado de Galeno para estabelecer a igualdade, menos de quatro minutos volvidos.
A Lazio reagiu com uma tripla substituição, passando a dividir mais o jogo e a surgir com maior frequência na área do FC Porto, sem, contudo, construir verdadeiras situações de golo. A hora, para os "dragões", era de evitar uma surpresa desagradável, o que acentuou o domínio italiano à medida que os ponteiros avançavam. O jogo caminhava para mais um empate, o terceiro dos portistas em Roma, mas novo golo em período de compensação, da autoria de Pedro Rodríguez, deixou o "dragão" sem fogo.