Trump está cada vez mais perto da vitória; republicanos reconquistam Senado
Ex-Presidente dos EUA vence na Carolina do Norte, Georgia e Pensilvânia e lidera contagens no Michigan, Wisconsin e Arizona.
Numa altura em que ainda não se conhecem os resultados de quatro dos sete estados decisivos destas eleições presidenciais norte-americanas, o regresso de Donald Trump à Casa Branca parece ser o desfecho mais provável. O ex-Presidente dos Estados Unidos garantiu durante a madrugada a vitória na Carolina do Norte, na Georgia e na Pensilvânia, três dos estados importantes para o triunfo no Colégio Eleitoral, e lidera a contagem no Michigan, Wisconsin e Arizona.
A cadeia televisiva Fox News já atribuiu mesmo a vitória a Trump na eleição, mas até ao momento, foi o único órgão de comunicação social norte-americano a fazê-lo. O candidato republicano, que deve falar ao país daqui a pouco, já alcançou 266 votos no Colégio Eleitoral – precisa de apenas quatro para chegar ao “número mágico” dos 270.
Kamala Harris, a candidata democrata, ainda aguarda pelo apuramento dos votos em locais histórica e demograficamente favoráveis aos democratas, mas em quase todas as frentes está a registar resultados aquém dos alcançados por Joe Biden em 2020.
Os democratas estão a perder terreno face a 2020 não só entre a classe média branca, como entre o eleitorado latino e negro, sobretudo entre os homens, como indicaram ao longo das últimas horas sondagens de estações televisivas como a CNN e a NBC News. E também não se confirmou a tese de um "voto silencioso" do eleitorado feminino, de protesto contra as restrições ao aborto possibilitadas pela revogação de Roe vs. Wade pelo Supremo Tribunal dos Estados Unidos, de maioria conservadora.
Este ano, e ao contrário da eleição de 2020, condicionada pela pandemia, também não se espera um grande acréscimo de números para os democratas por via do voto por correspondência que possa inverter o quadro que a esta hora se desenha.
Harris em silêncio
A vice-presidente norte-americana não irá pronunciar-se esta manhã sobre o apuramento dos resultados das eleições. Na Universidade Howard, onde os democratas preparavam as celebrações de uma possível vitória, os seus apoiantes já desmobilizaram e a atmosfera era de desilusão.
Contudo, e apesar do cenário desfavorável, a campanha democrata ainda acreditava, há poucas horas, na possibilidade de um caminho para a vitória.
Num email enviado a todos os colaboradores por volta das 23h da Costa Leste (04h em Portugal continental), a direcção da campanha de Harris dizia ainda estar confiante num bom resultado na chamada "muralha azul" - os estados do Wisconsin, Michigan e Pensilvânia, cuja conquista bastaria para alcançar a Casa Branca.
"Sempre soubemos o tempo todo que o nosso caminho mais claro para os 270 votos eleitorais está nos estados da muralha azul. E sentimo-nos bem com o que estamos a ver", lia-se no email, citado pela imprensa norte-americana.
A campanha centrava as suas esperanças sobretudo em Filadélfia (Pensilvânia), em Detroit (Michigan) e nos condados de Dane e Milwaukee (Wisconsin), sublinhando que os respectivos resultados finais poderão não ser conhecidos até à madrugada de quarta-feira (manhã/meio-dia em Portugal continental).
Republicanos conquistam o Senado
À muito provável perda da Casa Branca, os democratas somam a derrota no Senado. Às 2h da Costa Leste (07h em Portugal continental), os republicanos controlavam 51 dos 100 assentos da câmara alta do Congresso, com a conquista de dois mandatos aos democratas. O democrata Sherrod Brown foi derrotado no Ohio pelo republicano Bernie Moreno, na eleição mais renhida da noite, enquanto na Virgínia Ocidental o lugar deixado vago pelo democrata Joe Manchin foi facilmente conquistado por Jim Justice.
No Nebrasca, Deb Fischer segurou o lugar no Senado para os republicanos numa eleição disputadíssima com o independente Dan Osborn. No Texas, o republicano Ted Cruz acabou por garantir confortavelmente a reeleição.
No Montana, os democratas estão ainda em risco de perder o assento de Jon Tester.